O Rio Grande do Sul vive um dos momentos mais terríveis da sua história. A chuva e as enchentes destruíram casas, bairros e cidades. O fixo Xitão, da ACBF, foi diretamente afetado. Primeiro, presenciou quedas de barreiras na BR-470, na Serra das Antas, em Veranópolis, na manhã de quarta-feira (1º). A delegação foi surpreendida por deslizamentos de terra. Dias depois, familiares têm suas residências atingidas pela água, em Cruzeiro do Sul, no Vale do Taquari.
Além dos sogros, na mesma rua moravam parentes do sogro. Agora, eles estão na casa de amigos no interior, onde não foi atingido e em Lajeado, num apartamento seguro.
— Eu tinha recém passado por uma turbulência durante a semana, antes de começar a encher tudo na nossa viagem de volta de Francisco Beltrão. E ver isso tudo de longe acontecendo, a gente estava com muito medo depois que baixasse essa água. Depois que baixou, a gente viu esse caos todo. A cidade foi completamente devastada. Eu sofri muito de longe. Nem perto do que as pessoas estão sofrendo lá presencialmente — afirmou Xitão, em entrevista ao programa Show dos Esportes, da Rádio Gaúcha Serra, que completou:
— Agora vamos ver o que vai fazer, como começar, como recomeçar. A gente não sabe o dia de amanhã ainda, mas foi terrível. A saúde fisicamente estão todos bem. Mentalmente eu acredito que nem tanto. Não tem como estar. E a gente sempre estava lá no final de temporada, passava as férias lá com meus filhos. A outra filha do meu sogro também estava sempre lá. Foi completamente devastado. Naquela rua ali, sobraram poucas casas. A casa do meu sogro ainda ficou a estrutura, mas da tia da minha mulher, não sobrou nada.
Agora, para buscar o recomeço, a família busca recursos. Uma rifa, no valor de R$ 3 cada número, foi criada. Os prêmios são camisetas oficiais da ACBF e da Uruguaianense, um moletom da ACBF, um calção da Uruguainense e um vestido. O jogador também disponibilizou o pix para receber doações com a seguinte chave: (51) 998151646 (celular).
— Tô fazendo uma rifa solidária, que eu deixei a chave pix na minha rede social ali, tá no Instagram. É só entrar lá, clicar no link lá e quiser comprar um número. Quem não quiser, quiser fazer um pix solidário, pode fazer. Outros atletas aí estão engajados com isso. Já tenho uns projetos aí já para fazer outras rifas, outras campanhas, que eu vou largar tudo ali na minha rede social. E quanto mais puder ajudar eles, porque eu sei que estão precisando muito — acrescentou.
Susto na estrada
O ônibus que transportava o time da ACBF, de Carlos Barbosa, ficou preso em um bloqueio na BR-470, na Serra das Antas, em Veranópolis, na manhã desta quarta-feira (1º). A equipe foi surpreendida por deslizamentos de terra no retorno da cidade de Francisco Beltrão, no Paraná, onde jogou na terça-feira (30) contra o Marreco, pela Liga Nacional de Futsal. O confronto acabou empatado em 2 a 2.
— Eu tive medo de morrer mesmo. Teve uma hora pela, primeira vez, na minha vida eu senti esse medo. Eu pensei na minha família na hora, pensei que talvez nunca mais pudesse ver eles — contou o jogador.
O veículo ficou parado em uma queda de barreira. Outro deslizamento foi registrado num ponto logo atrás de onde o ônibus estava retido. Com esse cenário, e diante de uma forte chuva, jogadores e comissão técnica foram orientados a deixar o veículo e caminharam pela estrada.
— Foi um filme de terror. A gente estava em deslocamento na quarta, depois de ter jogado na terça-noite. Estávamos ali em Veranópolis. A gente parou pra tomar café, isso na entrada de Veranópolis. Graças a Deus a gente parou pra tomar café, porque se a gente não para, poderia ter sido muito pior. Ali, a gente ganhou uns 30 minutos — finalizou.