O Juventude está há quase dois meses sem saber o que é derrota na Série B 2023. O último revés ocorreu no dia 10 de setembro para o Atlético, em Goiânia. Depois de sofrer aquele 3 a 0, o time alviverde reagiu na competição e somou quatro vitórias e quatro empates nos últimos oito confrontos. O time alviverde chegou aos 60 pontos, assumiu a vice-liderança na tabela e ficará nessa posição ao término da 35ª rodada se o Criciúma não derrotar o lanterna ABC, nesta terça-feira (7).
E, mesmo que isso aconteça, nada diminui o feito do técnico Thiago Carpini. O jovem treinador assumiu o clube na sétima rodada, quando o Ju era o vice-lanterna, com apenas três pontos.
— Quando decidi vir pra cá, conversei bastante com a minha esposa. Agora é fácil falar que acertamos na escolha, porque as coisas caminharam bem, mas mesmo que não estivessem, precisava desse desafio. Uma equipe onde não participei da montagem. Onde talvez a gente buscaria algumas características diferentes, se fosse uma montagem nossa. Mas procuramos nos adaptar àquilo que tínhamos no Juventude. E encontramos coisas boas. Aquilo que consideramos que não era produtivo para aquele momento, procuramos eliminar — apontou o treinador após a vitória sobre o Ituano.
Carpini ainda enumerou os motivos que considera fundamentais para o grupo alviverde ter reagido de tal forma na competição nacional, após a sua chegada.
— Se deve principalmente ao compromisso destes atletas e à verdade. A gente trata tudo aqui no "olho no olho". Temos muita cobrança com eles, muitas brincadeiras, trabalho. Então, o nosso ambiente é fantástico. Por isso os atletas, até os que estão fora, que tiveram oportunidades, mas com minutagem menor, vocês veem que eles torcerem igual e, no dia a dia, eles elevam o nível do treino para que a gente possa, cada vez mais, elevar também o nível do grupo. O coletivo, o ambiente, a entrega e a assimilação de ideias dos atletas pra mim foram o primordial — enalteceu o técnico.
Não era hora de parar
A grande reação do Juventude na Série B terá o próximo capítulo escrito apenas no dia 14, quando o clube enfrenta o lanterna ABC, em Natal. E para o comandante alviverde, o ideal seria que a partida já fosse realizada nesta semana.
— Esse período sem jogo, quando você vem de uma sequência assim, é ruim. Eu particularmente não gosto. Não é uma crítica à tabela, mas não deixa de ser também, porque acho que agora poderia ter jogo toda semana. Você está num clima de competir, de decisões, de "finais", de acesso e tal. Mas, infelizmente, é o que nós temos — revelou Carpini.
O grupo alviverde recebeu três dias de folga e inicia a preparação para o duelo com o ABC nesta terça-feira pela manhã. Reginaldo ainda se recupera de uma lesão muscular de grau 2. Em contrapartida, Dani Bolt e Zé Marcos retornarão de suspensão. A baixa no confronto em Natal será o destaque na vitória sobre o Ituano. Gabriel Taliari recebeu o terceiro cartão amarelo após comemorar no alambrado o segundo gol marcado.
— Vamos ver o lado positivo que é o de recuperar atletas. Recuperar o Reginaldo; o Bolt e o Zé vão voltar. O Ruschel precisa dar uma zerada. Só joga à base de injeção. O Boza está jogando no limite. O Jadson também. O Taliari, que agora recebeu o terceiro cartão amarelo, vai descansar bastante até o próximo jogo. Era um atleta que estava apresentando índices de fadiga alta. E estávamos tomando cuidados com ele durante a semana; o próprio David da Hora, que já tem um histórico de lesões — destacou Carpini, que completou:
— Isso me preocupa, a parte física. Então, vamos procurar aproveitar este tempo pra descansar e dar uma zerada em todo mundo e não deixar essa chama apagar. Manter vivo esse sonho de acesso que é muito real. Ainda não aconteceu e precisamos fazer muito para que aconteça. Estamos no caminho.