Dos últimos cinco jogos do Caxias, o lateral-esquerdo Dudu Mandai atuou em quatro como titular. O atleta ganhou a posição após a lesão, no joelho, de Jonathan e aproveitou a oportunidade. Contra o Avenida, no último domingo, ele marcou o gol da primeira vitória grená fora de casa no Gauchão e selou a classificação do time em terceiro lugar com 20 pontos. Gol este que Dudu dedicou ao filho recém-nascido, Theodoro.
— Momento bom, feliz. Não só individual, mas coletivamente. A gente vem de uma conquista coletiva, que foi a classificação e as vagas que o clube tinha colocado como metas. Sobre o gol é uma sensação indescritível. Meu primeiro filho, então, toda sensação é a primeira, é única. Não sou um cara de muitos gols. No Ca-Ju, eu chutei no travessão, então o gol estava próximo. Vou lembrar desse jogo e desse gol para o resto da minha vida. Quando meu filho crescer, ele vai ver e vai se alegrar muito — declarou Dudu, que tinha marcado pela última vez em 2019 com a camisa do São José.
Na semifinal do Gauchão, o Caxias terá pela frente o Inter. O primeiro jogo é no próximo sábado (18), no Estádio Centenário, às 16h30min. Na primeira fase, as equipes empataram em 2 a 2, no Beira-Rio. Contudo, Dudu Mandai reforça que agora é outro momento.
— É um jogo diferente agora. Na fase de grupos, sempre se leva todo jogo como uma final, claro. Mas sempre tem o próximo jogo para se recuperar ou para pontuar mais. E dessa vez não. São dois jogos que definem uma classificação, uma final, que seria gigantesco para nós — destacou o lateral grená, que elenco os cuidados que o time deve ter:
— O Inter é muito ofensivo, principalmente pelos lados. É um time que valoriza muito a posse de bola, então, temos que estar totalmente atentos à todas as ações. É um elenco que fez uma grande campanha nacional no ano passado. Temos que tratar esse jogo como uma final, com muita atenção e respeito ao adversário, mas tentando implantar o nosso jogo.
A gente está muito feliz com o que conquistou até agora, mas a gente quer mais
Dudu Mandai conhece bem o futebol do interior. Seu primeiro clube profissional foi o Garibaldi. Depois, rodou pelo estado e viveu uma grande fase no São José, conquistando acesso à Série C. O atleta ficou três anos na equipe da capital. Se por um lado o lateral conhece bem o futebol do interior, no elenco do Caxias tem 15 estreantes. Dudu explica como foi a conexão dos atletas de fora ao estilo gaúcho de jogar.
— Quando um grupo se junta com um objetivo só e se empenha, junto com a comissão técnica e o staff, o caminho é de sucesso. Mas não está nada decidido. A gente está muito feliz com o que conquistou até agora, mas a gente quer mais. Acredito que a gente já provou que temos condições de querer mais. Pés no chão para conquistar os maiores objetivos, que são os que vem pela frente agora — avaliou o jogador em entrevista ao programa Show dos Esportes, da Rádio Gaúcha Serra.
CONFIRA OUTROS PONTOS DA ENTREVISTA
INVENCIBILIDADE
— Acredito que evoluímos muito o nosso entendimento de jogo, a parte coletiva que o Thiago Carvalho passa para nós. A gente pegou o Inter numa sexta rodada, num meio de competição, onde ainda estávamos engrenando. Hoje, a gente vive outro momento, com 10 jogos de invencibilidade, totalmente ambientados com tudo. A gente vive um momento muito bom e temos que levar isso para dentro de campo, com os pés no chão, para transformar esse momento bom em classificação.
FOCO DA SEMANA
— O tom da conversa é de uma decisão, realmente. A gente já vinha vivendo algumas decisões nas últimas rodadas para encaminhar nossa classificação. Teve o Ca-Ju, que era decisivo para a gente, depois Ypiranga e Avenida. Então, é mais uma decisão. A gente vem treinando bastante correção de erros, principalmente em relação à última partida. Acredito que, pelo que a gente vem mostrando, se minimizarmos os erros, vamos chegar cada vez mais perto da vitória.
ESTILO DE JOGO CORAJOSO
— O Thiago Carvalho (treinador) tem um estilo muito único de jogo que, eu, como atleta, engrandeço muito. É um cara que tem um estilo muito diferente, que agrega muito ao time. Um cara corajoso, que passa essa coragem para a gente. Ele fala que, se fizermos o que é falado vai dar certo, e a gente vê no final de semana que realmente dá certo.
COBRANÇA DO TREINADOR
— Se com a imprensa ele já é bem transparente, imagina com a gente. E isso é mais um ponto positivo, porque tem que ser assim. A gente, quando acaba errando, precisa entender porque errou, para não repetir e treinar em cima disso. Essa é a fórmula para não errar mais. Então, a correção tem que ser feita. É feita individual e coletivamente, do jeito que tem que ser.
DIFERENCIAL DO CAXIAS
— Eu acredito que o nosso ponto forte seja o grupo. Não é em todo lugar que você vê um grupo com uma rodagem alta e mantendo o nível de jogo da equipe. Os atletas entenderam essa filosofia, entenderam que, independente de quem esteja dentro de campo, tem que dar o máximo em prol do time.
JÁ FOI ATACANTE
— Joguei um tempo de extrema, e voltei para a lateral em 2017, no São José, quando o China Balbino, que foi meu treinador na base, quando eu era lateral.
DIFICULDADES NO INTERIOR
— Teve vários momentos de dificuldade. O futebol raiz, de fato, que é no interior do RS, é muito difícil em tudo. Questão de trabalho, salário, distância da família e até refeição às vezes. Mas isso ficou no passado. Tem que pensar com o copo meio cheio. Só serve para me mostrar o que eu consegui, talvez ainda não aonde eu quero. Ainda quero ir mais longe na minha carreira.