A temporada se iniciou para o time feminino do Juventude. Em um ano de calendário cheio, as Esmeraldas retomaram as atividades no dia 13 de fevereiro, visando o Brasileirão sub-20, com previsão de começar em 8 de março. O elenco profissional se reapresenta no dia 27, com foco total no Brasileirão A-3, que se inicia em 15 de abril. O ano fechará com a disputa do Gauchão, ainda sem datas divulgadas pela FGF.
Após uma temporada de reformulação, com mudanças no comando do departamento, na comissão técnica e no elenco, o ano de 2022 se encerrou com o título do Interior no Gauchão e a vaga assegurada no Brasileirão A-3. As metas, agora, são mais ousadas.
— A gente sempre sobe a régua, a nossa expectativa sempre é lá em cima. No sub-20, além de fazer um bom campeonato, a meta é superar a campanha do ano passado. Por isso, estamos trazendo reforços para a categoria também. E, na Série A-3, não escondemos de ninguém, o nosso grande objetivo é subir para a A-2. Então, estamos contratando meninas experientes que vão dar esse suporte. Sabemos que é muito difícil, mas o nosso objetivo é ir o mais longe possível e subir — almeja o técnico Luciano Brandalise.
Para ir em busca dos objetivos, o Ju garantiu a manutenção do grupo de atletas e da comissão técnica. Além disso, foi ao mercado e apostou em 10 reforços para os compromissos da temporada. Entre elas, destaques do último Estadual que, inclusive, brilharam contra o próprio alviverde.
— Esse é um trabalho do nosso analista de desempenho, o Rodrigo Pizzamiglio, ele faz todo esse estudo das meninas destaques. Ao final do Gauchão, apresentou 15 meninas para nós, mas a dificuldade de contratá-las é imensa. Por exemplo, conseguimos trazer a Vanice e a Aninha, que tem de 18 para 19 anos, e vêm apostando na carreira. Mas tivemos dificuldade em contratar gurias mais velhas, mais experientes, que queríamos contar, mas não conseguimos trazer, por compromissos profissionais delas, por outros problemas particulares. Entretanto, acho que conseguimos nos reforçar bem — avalia o técnico.
Em preparação para a competição de base que abre a temporada, o Juventude disputará a Copa Siapergs, no dia 26 de fevereiro, em Gramado. As Esmeraldas estreiam diante do Grêmio, às 10h30min, na Vila Olímpica. Quem vencer enfrentará Inter ou Siapergs na decisão, marcada para às 15h30min.
— Eu acho uma iniciativa muito boa do Siapergs, e acho que para os próximos anos pode até melhorar a fórmula. Temos um jogo contra o Grêmio e, conforme o resultado, mais uma partida. Então, para nós, é muito bom, para testar nosso trabalho. As meninas vão estar um pouco pesadas ainda, vamos ter de diminuir um pouquinho a carga nesta semana para elas conseguirem jogar esses 90 minutos, mas vamos conseguir observá-las também. Acredito que a competitividade vai ficar um pouquinho melhor e vamos ter uma ideia do que teremos na sequência do trabalho — acredita Brandalise.
Busca por recursos
Em entrevista a GZH, em novembro do último ano, o presidente Fábio Pizzamiglio, do Juventude, afirmou que o clube estava em conversa com patrocinadores para manter a receita da última temporada — cerca de R$ 500 mil. O Alviverde segue em busca de recursos para as disputas da temporada. O objetivo é contar com mais apoiadores para 2023.
— A gente manteve o mesmo sistema do ano passado: temos a camisa do feminino livre para patrocínios exclusivos. E estamos em busca. O feminino está em crescimento e a gente busca parceiros que nos ajudem nessa causa, que acreditem no futebol feminino, que está em crescimento, e que tem uma visibilidade muito grande já, não só na região, como no Estado e no Brasil inteiro. Temos grandes jogos em horário nobre, por exemplo. Isso está engrandecendo o feminino — projeta a coordenadora do departamento feminino do Ju, Renata Armiliato.
Na última temporada, o investimento de R$ 500 mil trouxe retorno dentro de campo. Mesmo com o curto período de trabalho (menos de um ano) da nova comissão técnica junto do grupo, as Esmeraldas conquistaram duas vitórias inéditas no Brasileirão sub-20, o título do Interior no Gauchão e levaram mais de 2 mil torcedores ao Alfredo Jaconi para assisti-las.
— Acho que aumentou (o interesse pelo feminino). Tivemos duas oportunidades de jogar no Alfredo Jaconi. A primeira teve cerca de 1,2 mil torcedores, e a final contou com 1,5 mil pessoas. Há um crescimento e percebemos também que há a procura para saber como está o feminino neste ano, quais competições vamos disputar. Frequentamos muitos jogos do profissional masculino e os torcedores vêm perguntar quando tem jogo, porque querem assistir. Então, é uma busca que está crescendo. As pessoas estão percebendo que o futebol feminino é bonito de ver, que evoluiu, cresceu muito tecnicamente e taticamente e o nosso grupo está acompanhando essa evolução. O clube está investindo nas meninas para ter esse crescimento junto com o resto do Brasil — explica.