Júnior Chávare, 55 anos, foi contratado pelo Juventude para desempenhar a função de diretor-executivo. No organograma do clube, o profissional estará no mesmo nível do comitê gestor (formado pelo diretores Almir Adami, Luis Carlos Bianchi e Jones Biglia). Entre suas atribuições estará montar o elenco para a próxima temporada.
Essa montagem não será exclusivamente feita por Chávare. Terá participação importante do dos diretores de futebol, da nova comissão técnica e de uma equipe denominada multidisciplinar.
— Às vezes, há uma confusão nessa função. Quando o clube tem uma estrutura maior tem o executivo, o gerente, coordenador-técnico. Aqui, a minha função de executivo, é montagem do elenco, porém dentro de uma política do comitê gestor estar junto. Além do comitê, vamos fazer uma equipe multidisciplinar (fisiologia, analista de mercado, analista de desempenho, auxiliar-técnico e técnico). O atleta não é só jogador de futebol. Precisa ver o contexto — comentou Chávare, que completou sobre o legado que poderá deixar para o Juventude:
— No meu banco de dados pessoal tem 3,2 mil jogadores, de todos os níveis e idades. Por onde passo, o clube passa a ter esse banco de dados. É um legado. Definimos perfis e aí partimos para buscar a contratação. É um processo profissional.
Júnior Chávare é formado em matemática, com especialização em gestão de tecnologia da informação. No futebol, começou a despontar a partir de 2013, quando fez trabalho de destaque nas categorias de base do Grêmio. Em 2014, foi para o São Paulo. Neste período, o clube paulista lançou Eder Militão, Antony, David Neres, Lyanco, Shaylon, Luíz Araújo e Lucas Fernandes.
Em 2015, retornou ao Grêmio e participou do processo de captação de novos talentos como Luan, Wallace, Everton Cebolinha, Arthur, Pedro Rocha, Matheus Henrique, Ferreira, Jean Pierry, Darlan, Tetê, entre outros.
EXPERIÊNCIA COM BASE
Em 2019, foi trabalhar na base do Atlético-MG e implantou o mesmo sistema de captação de atletas. O Galo conquistou o título do Brasileiro Sub-20 e chegou na semifinal na Copa do Brasil da categoria em 2020. No ano seguinte, Chávare foi para o Bahia e participou da conquista da Copa do Nordeste. Após o rebaixamento no Brasileirão, deixou o clube baiano. Essa larga experiência será importante para ajudar no profissional e também na base.
— Eu tenho que estar presente na montagem do elenco. Como sou um matemático por formação, eu trabalho com métodos, com processos. Tenho certeza, que o Juventude tem muita coisa boa. Vou estar presentes nos treinamentos. Tenho que estar junto com a comissão técnica. Vocês verão, muitas vezes, em jogos e treinamentos da categoria de base. Também vou estar na escolinha. Esse mix do processo que o executivo precisa fazer — afirmou.
Como essa função importante de montagem do elenco, o profissional já iniciou os trabalhos para a formação do time visando em 2023.
— Uma coisa muito importante no futebol é relacionamento. Não posso citar os jogadores, mas conversei com dois empresários sobre atletas que nos interessam. A resposta foi muito simples. O Juventude é um clube sério, a diretoria é séria e conhecemos teu trabalho. O outro me disse que é melhor receber menos, mas os 12 meses do ano. Esse contexto talvez seja nosso diferencial. A estrutura melhorou muito em relação há alguns anos — finalizou.