O Caxias está muito perto de alcançar um grande feito em sua história. O time joga por um empate ou vitória, por qualquer placar, para conquistar o acesso à Série C do Campeonato Brasileiro. A resposta que o torcedor tanto espera virá no domingo (28), a partir das 16h, na Arena das Dunas, em Natal-RN, pelas quartas de final da Série D.
Um dos destaques do elenco grená na temporada é o lateral-direito Marcelo. Em entrevista ao programa Show dos Esportes, da Rádio Gaúcha Serra, o atleta falou sobre a responsabilidade que o grupo de jogadores carrega.
— A gente sabe da responsabilidade que temos. Estamos conversando bastante sobre o jogo de lá. Sabemos que será difícil, não será fácil. Cada um sabe o que tem que fazer. Sabemos que a pressão é muito forte, terá casa cheia. Se entrarmos com a mentalidade forte, fazermos o que o Thiago mandar e o nosso papel, a gente vai trazer o acesso — avaliou o atleta grená, que também projeta a postura da equipe na Arena das Dunas:
—Não adianta chegar lá e pensar que um empate ou 1 a 0 é um bom resultado. É impor o nosso ritmo, pôr o que a gente vem treinando para conseguir fazer um gol e ter uma vantagem melhor. Não adianta ficar só lá atrás defendendo que é pior ainda.
Na partida de ida, o Caxias venceu por 1 a 0 o América-RN. O lateral elencou a expulsão do companheiro Rennan Siqueira como o momento mais difícil do confronto no Estádio Centenário.
— Na minha cabeça, se algum jogador não estivesse com a mentalidade forte, poderíamos tomar o gol. Mas, depois do intervalo, conversamos bastante no vestiário. Falamos que lá atrás não íamos tomar um gol — revelou o lateral-direito.
Marcelo tem 26 jogos com a camisa grená na temporada. Neste período, o jogador conheceu o ambiente do Estádio Centenário e a pressão pelo acesso. Jogadores com mais tempo de casa também foram importantes para compreender o quanto será decisivo duelo de domingo.
— Quando cheguei aqui o próprio Thiago, zagueiro, falou que sempre tinha uma turbulência nesta parte do acesso, mas esse ano está sendo tudo diferente. A própria diretoria fala isso, que o ambiente é muito bom. Os jogadores se abraçaram, não tem trairagem — afirmou Marcelo.
PENSOU EM DESISTIR
Marcelo tem quatro gols com a camisa do Caxias na temporada. Ele se tornou o dono da bola parada grená na Série D após a chegada do técnico Thiago Carvalho. O comandante conhece o lateral dos tempos quando atuou pelo Vila Nova, em 2015.
Nesta mesma temporada, o grená teve três técnicos diferentes. No Gauchão, Marcelo viveu um momento de algumas críticas dos torcedores. Contudo, soube absorver a situação para ser peça de destaque na lateral direira.
— O Rogério (Zimmermann) gostava de uma linha de quatro. Ele não gostava que descia muito para atacar, só quando tivesse espaço. O Luan e o Thiago têm a mesma formação, mesmo jeito de jogar e gosto muito de ter a liberdade. Tenho também a obrigação de ir e volta para marcar. Gosto muito, me sinto à vontade. Por onde passei, todos os treinadores falavam muito bem da minha bola parada. No Pelotas fui muito bem. Quando Thiago chegou cobrando sobre isso. Eu não treinava muito bem as faltas. Tenho uma meta na semana cobrando 20 faltas duas vezes por semana — comentou.
Fora os jogadores dos grandes clubes brasileiros, a realidade de um atleta profissional em outras divisões é bem diferente. Marcelo revelou já ter passado por muitas dificuldades na carreira. Inclusive, pensou em largar o futebol.
— Já passei por muitas dificuldades. Sei como é a carreira no futebol. Eu sou um cara que nunca deixei cair a concentração. Já tentei desistir, mas não consegui. Passa muitas coisas na cabeça, conversei com a família, o empresário e eles me ajudaram bastante. Estou neste momento muito bom. Agora tem um jogo muito importante. Já passei por isso uma vez e fui campeão (pelo Vila Nova, na Série C) — finalizou.