Além da inclusão e do exemplo refletido na atuação de atletas de 77 países, as Surdolimpíadas, que ocorrem até o dia 15 em Caxias do Sul, oportunizam o intercâmbio de delegações e especialistas do esporte adaptado.
Na manhã desta segunda-feira (2), enquanto 40 ciclistas de 15 países se preparavam para as provas de tomada de tempo, três integrantes da alta cúpula esportiva de Portugal acompanhavam o desempenho de dois atletas que disputavam o sprint de 200 metros. Entre eles o presidente do Comitê Paralímpico, João Manoel Lourenço, que além do esporte surdo trabalha para aumentar o rendimento de todo o esporte adaptado em Portugal, que retornou das Paralimpíadas de Tóquio com dois bronzes, no atletismo e na canoagem.
—São exemplos de superação, de pessoas que lutam contra adversidades. Isso que importa registar, independente do resultado. É óbvio que eles procuramos bons resultados, mas o fundamental aqui é a mensagem de afirmação de cidadania e direitos das pessoas. Eles são portadores dessa mensagem — destacou.
Com 12 atletas, disputando seis modalidades, Portugal está na Serra Gaúcha com uma delegação modesta, mas a presença das autoridades esportivas mostra a atenção que o país oferece aos surdoatletas. Segundo o presidente do Instituto de Desporto e Juventude, Vitor Pataco, a competição poliesportiva reúne componentes fundamentais para a inclusão que o esporte pode proporcionar.
— Quando juntamos as duas coisas, esporte e inclusão, temos algo muito relevante. Portugal dá uma atenção muito especial aos paralímpicos e surdos, estão na agenda das preocupações políticas do governo português, e por isso temos uma delegação aqui em Caxias que está de parabéns por ter tido a iniciativa em acolher os atletas nesse grande evento — destacou.