Se o torcedor do Juventude pudesse fazer um pedido, dentro da realidade do clube, a resposta seria unânime: a permanência na Série A do Brasileirão pelo segundo ano seguido. Esse é o maior desejo dos jaconeros.
Em 2021, isso foi alcançado com muito suor e emoção, após um campanha com dificuldades naturais para o clube com menor orçamento entre todos os participantes. A sensação de dever cumprido, após a vitória contra o Corinthians na última rodada, foi um alívio e garantiu a confirmação da continuidade na elite nacional.
Caso o Verdão consiga esse objetivo novamente, o clube poderá subir de patamar na próxima temporada, tanto em estrutura, como também dentro de campo, e sonhar com algo a mais num futuro próximo. Para permanecer na Série A, o Juventude poderá apostar no fator Alfredo Jaconi e no apoio do torcedor jaconero, no trabalho vencedor da atual direção, no tempo de preparação na intertemporada e no retrospecto do técnico Eduardo Baptista na Primeira Divisão nacional.
O Pioneiro elencou sete motivos para o torcedor acreditar na permanência neste ano de 2022.
Confira os sete motivos para acreditar
1) Fator local
No Campeonato Brasileiro do ano passado, o Juventude fez uma boa pontuação no Estádio Alfredo Jaconi. O Verdão fez 33 pontos em 19 partidas. Um aproveitamento de 57,9%. O Ju teve a 10ª melhor campanha entre os mandantes na competição, ficando à frente de São Paulo, Bragantino e Inter, clubes que tiveram melhor posicionamento na classificação geral no fim do Brasileiro. No Jaconi, o Verdão venceu grandes adversários como Grêmio, Flamengo, Santos, Inter, Fluminense, Bragantino e Corinthians.
Além disso, a partir do jogo da volta dos torcedores à casa alviverde, após a liberação das autoridades por conta da pandemia, o Ju não perdeu mais. Foram sete partidas com público e quatro vitórias, um aproveitamento de 71%. Nessa temporada, a direção diminuiu o valor dos ingressos e projeta um número maior de torcedores nas partidas em casa.
2) Trabalho da direção
A atual gestão do presidente Walter Dal Zotto Jr e do vice de futebol Osvaldo Pioner assumiu o Juventude a partir da temporada 2019. Desde lá, o Verdão conseguiu ótimos resultados no Brasileiro. Naquele ano, subiu para a Série B contra o Imperatriz-MA. Na temporada seguinte, veio o acesso para a Série A no confronto histórico contra o Guarani.
Em 2021, no retorno à elite nacional 14 anos depois, mesmo com o menor orçamento entre os 20 clubes, a permanência valorizou ainda mais o trabalho da atual direção.
3) Tempo maior de preparação
Entre o jogo pela Copa do Brasil contra o Real Noroeste-ES, na vitória por 1 a 0, e a estreia do Brasileirão, o Juventude terá 25 dias de preparação. Nenhum clube da Série A teve um período sem jogos como esse. O Avaí foi o mais próximo, com 22 dias. Em pouco mais de três semanas, o grupo do Ju conseguiu se adaptar ao trabalho do técnico Eduardo Baptista e receber reforços nas posições que mais estavam carentes no Campeonato Gaúcho.
Na intertemporada, oito contratações foram realizadas. Além disso, o treinador alviverde conseguiu realizar dois jogos-treinos — Grêmio de transição e Criciúma — para encaminhar uma ideia de equipe para o começo do Brasileirão.
4) Retrospecto do treinador
O técnico Eduardo Baptista já fez boas campanhas no comando de clubes na Série A. Em 2014, o profissional estreou como treinador do Sport. No primeiro ano, foi efetivado e terminou em 11º lugar, com 52 pontos em 38 rodadas. No ano seguinte, comandou uma grande participação do Sport e chegou a liderar o Brasileirão por cinco rodadas. Em 2016, comandou a Ponte Preta, que terminou o Brasileirão na oitava colocação, melhor campanha do time na era dos pontos corridos da Série A.
5) Foco no Brasileirão
O Juventude começará o Brasileirão com foco quase que exclusivo na competição nacional. Concomitantemente à disputa de pontos corridos, o Verdão terá a Copa do Brasil. No entanto, somente entre a segunda e a terceira rodada, enquanto outros clubes têm no caminho a Libertadores e a Copa Sul-Americana.
Até o início de maio, ou seja, nas quatro primeiras rodadas, o Ju terá somente uma semana com partida no meio, no duelo contra o São Paulo pela Copa do Brasil. Depois do Bragantino, enfrenta América-MG, Cuiabá e Botafogo em três domingos seguidos. Portanto, a maratona de jogos que outros clubes enfrentarão não será tão grande para o Verdão. Poderá ser um fator importante na largada para a permanência.
6) Investimento maior
Na última temporada, o Juventude teve um orçamento de R$ 50 milhões. Neste ano, subiu para R$ 78 milhões — sendo que a projeção era R$ 60 milhões — e ainda poderá aumentar de acordo com a campanha na Copa do Brasil. O investimento no futebol subiu. A folha pode ultrapassar R$ 2 milhões, maior que no Brasileirão passado. O Ju espera repetir a fórmula que deu certo. Mesmo com o menor orçamento da competição, a criatividade ajudou nas contratações, como foram os casos de Dawhan, Jadson, Guilherme Castilho e Vitor Mendes.
7) Elenco com jogadores experientes
O Juventude manteve jogadores experientes e que participaram da campanha de permanência na elite no ano passado: Rafael Forster, William Matheus, Elton e Ricardo Bueno. Além disso, contratou atletas com rodagem em vários clubes no Brasil ou no exterior, como Rodrigo Soares, Paulo Miranda, Edinho, Jean Irmer, Óscar Ruiz e Isidro Pitta.