Logo depois de ser campeão gaúcho, o Novo Hamburgo não teve a mesma força na Série D do Brasileiro e foi eliminado na primeira fase. Afinal, era um time totalmente diferente daquele que superou o Inter no Estadual. Mas quem disse que a cidade de Novo Hamburgo não pode comemorar o título da Série D nacional neste domingo? O Operário, de Ponta Grossa (PR), é comandado pelo técnico gaúcho Gerson Luiz Gusmão, natural de NH. Até mesmo uma derrota em casa por quatro gols de diferença é suficiente para levantar a taça. Na ida, em Natal, o Operário venceu o Globo-RN por 5 a 0.
– Conseguimos um grande e surpreendente resultado para uma final. A torcida e a cidade estão empolgadas, mas nós precisamos conter essa empolgação e manter o foco para confirmar o título – alerta Gusmão, 43 anos, ex-atleta do Novo Hamburgo.
A carreira de treinador ainda é curta, mas promissora. Tudo começou nas categorias de base do Novo Hamburgo, em 2007. Depois, como auxiliar no profissional em 2012. O trabalho ganhou corpo no Operário, onde hoje ele já é ídolo por ter conquistado o acesso à Série C e por estar muito perto de ser campeão brasileiro.
– Fui auxiliar-técnico no título Paranaense de 2015 aqui no Operário. Depois, recebi o convite do Novo Hamburgo para iniciar a carreira de treinador. Montei a equipe para o Gauchão de 2016 e, faltando três rodadas para terminar o campeonato, recebi a proposta aqui do Operário e acabei aceitando – conta Gusmão, que também trabalhou como auxiliar de Itamar Schulle na Chapecoense, no Santo André e no Caxias.
O retorno ao Paraná foi totalmente diferente. De campeão em 2015 a sem calendário para 2017.
– Quando cheguei aqui de novo, a equipe tinha sido rebaixada e não tinha calendário para 2017. Aí, formamos um grupo para jogar a Taça da FPF 2016, que é parecida com a Copa Paulo Sant'Ana. Fomos campeões invictos e garantimos a vaga para a Série D deste ano.
A campanha até aqui é quase perfeita: 15 jogos, com 11 vitórias, um empate e apenas três derrotas. Não há segredo para o sucesso desse gaúcho de Novo Hamburgo. O que faz ele crescer é o trabalho e o estudo:
– Como trabalhei com vários treinadores, procurei tirar aquilo que entendia ser o melhor de cada um para formar minha metodologia de trabalho. Não tenho preferência por um determinado sistema de jogo, gosto de tirar o que cada um tem de bom e adaptar alguma situação à característica dos atletas. E procuro estar sempre atualizado com o que acontece no futebol através de livros, cursos e conversas com outros profissionais.