A Paraolimpíada, programada para ocorrer entre 7 e 18 de setembro, pode ser afetada por falta de verbas. Na última sexta-feira, uma decisão da Justiça Federal do Rio de Janeiro proibiu repasses públicos ao Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos Rio 2016 até que o órgão, privado, divulgue seus gastos de forma detalhada. Conforme constatou o jornal O Globo, as conversas no Planalto para que estatais injetem recursos no evento, por meio das cotas de patrocínio, foram intensificadas.
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Auxiliares do presidente interino Michel Temer não acreditam que a Olimpíada corra algum risco – o que vem pela frente, como a cerimônia de encerramento, custaria bem menos do que o evento até então, que incluiu a abertura. O receio seria somente com a Paraolimpíada, cujo cancelamento arranharia drasticamente a imagem social da União.
– A Paralimpíada tem risco de não ser realizada. Isso se não tiver recursos de empresas estatais e privadas. É um risco que o governo não quer correr. O governo está incentivando uma conversa das estatais para viabilizar esses patrocínios – declarou um assessor de Temer ao Globo.
A determinação judicial inclui uma multa de R$ 100 mil diários a quem autorizar o repasse de valores da União ou da prefeitura do Rio ao Comitê. E, caso isso já tenha sido realizado, o Comitê está impedido de efetuar o pagamento ou a transferência desses recursos, também sob pena da mesma multa.
O Comitê Rio 2016 é um órgão privado. A preocupação com suas contas está relacionada ao contrato dele com o Comitê Olímpico Internacional (COI), que determina que, em caso de déficit no final do evento, quem deve arcar com as despesas é a União e os poderes públicos do Brasil.