Apesar da pandemia, de uma crise acachapante que eclodiu no ano passado, por conta da pandemia do coronavírus, a Mercopar, a Feira de Inovação Industrial, teve um resultado recorde de R$ 128 milhões em geração de negócios, aumento de 96% em relação a 2019. Só esse dado justifica não apenas a importância da feira, mas, sobretudo, a relevância como alternativa de fomento de novos negócios, principalmente no campo da inovação. Neste ano, a edição comemorativa de 30 anos já tem data. Vai ocorrer entre 5 e 7 de outubro, no Centro de Feiras e Eventos da Festa da Uva, em Caxias do Sul.
A seguir, confira a entrevista com o caxiense André Vanoni de Godoy, empresário, administrador de empresas, advogado e atual diretor-superintendente do Sebrae-RS, entidade realizadora do evento, ao lado da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs). Godoy entende que “a Mercopar é extremamente importante para a retomada econômica do Estado e do país”.
– Estar na Mercopar é fundamental para ser visto, lembrado, e, claro, alavancar negócios com novas oportunidades para projetar 2022. Queremos a participação de empresas que estejam interessadas em desenhar seu futuro, acessando conteúdos relevantes para seu negócio, fortalecer suas conexões com parceiros estratégicos, incrementar o volume de negócios no ano e ser a plataforma de lançamento para 2022 – defende.
O que significou realizar um evento do porte da Mercopar em um período tão desafiador como foi 2020, e repeti-lo, agora, em 2021?
A realização da Mercopar em 2020 foi resultado da obstinação por fazê-la acontecer. É claro que, para a sua realização, planejamos muito, analisamos cenários diversos, trabalhamos em definições detalhadas de protocolos, fizemos avaliações criteriosas, testamos o funcionamento da feira. Além disso, ajudamos o mercado e muitas empresas a superarem os receios de se fazerem presentes no ambiente da Mercopar. Contamos com o apoio da prefeitura de Caxias do Sul, do Governo do Estado e de tantos parceiros fundamentais para que o evento se viabilizasse. Demonstramos que todos os cuidados possíveis em relação à proteção das pessoas estavam sendo tomados, e isso foi determinante.
O senhor acredita que a feira assumirá permanentemente um formato híbrido, independente da pandemia?
Esta é uma tendência que deve permanecer. A feira presencial continuará importante, até porque temos muitos fabricantes de máquinas que querem expô-las na Mercopar. No mesmo sentido, o fortalecimento das relações interpessoais e empresariais, com o olho no olho dos parceiros, ainda é algo importante para a nossa cultura, e justifica a realização de eventos presenciais. No entanto, o formato digital garantiu seu lugar a partir da facilitação das conexões entre parceiros, gerando novas oportunidades de realização de negócios nacionais e internacionais. A partir da experiência de 2020, construímos uma plataforma mais tecnológica e dinâmica que irá contribuir muito para a efetividade destas conexões.
O que é possível destacar como tendências da indústria e como a Mercopar pode amplificá-las?
Vamos dar ênfase à discussão sobre o futuro da indústria e sinalizar tendências e inovações. Sabemos que essa nova ordem mundial, no que se refere ao digital e às novas formas de relacionamento para a realização de negócios, é muito forte. Na pandemia, a internet não favoreceu apenas as relações sociais, mas o modo como se trabalha. Fazer negócios também passou por mudanças significativas com as novas tecnologias, assim como a maneira de se comunicar. Temos uma evolução muito rápida na questão das soluções digitais como, por exemplo, impressões 3D e realidade aumentada, o que contribui para a efetivação dos negócios que antes exigiam a presença e, muitas vezes, a necessidade de viagens. Hoje, com uma projeção em realidade aumentada, é possível analisar uma máquina ou equipamento à distância, como se estivessem na nossa presença física. Tudo isso gera muita economia para as empresas e impacta na maneira como elas farão negócios entre si.
A pandemia acelerou este processo?
Acredito que foi o que aconteceu com todos nós. As interações via web já existiam, mas não tivemos alternativas e fomos obrigados a recorrer à tecnologia para mantermos contatos e nos comunicarmos. E isso não foi diferente para os negócios. Além de ser a única maneira de nos comunicarmos durante a pandemia, criamos novos hábitos de consumo. Quem não se adequar a essa nova realidade de uso da tecnologia, previsível, mas acelerada pela pandemia, vai perder mercado. Lembrando que a Indústria 4.0 está no centro dessa discussão.
Como as novas tecnologias serão apresentadas na Mercopar?
De diversas formas. Uma delas é a área dedicada a startups dentro do Salão de Inovação, com a realização de desafios e apresentações de soluções para os participantes. Além disso, são usadas tecnologias para permitir o acesso de um número maior de pessoas à feira, com uma nova plataforma, mais sofisticada, que também favorece e potencializa a realização de negócios. As empresas expositoras também terão a chance de apresentar aos visitantes suas inovações em termos de equipamentos e soluções para a indústria.
O que muda neste ano quanto aos protocolos de segurança sanitária?
Vamos manter todos os protocolos de segurança sanitária praticados no ano passado, adaptando-os, para melhorá-los, na medida do necessário.