2020 está marcado na história como o ano de início da pandemia de coronavírus. Em meio a uma série de sensações desagradáveis, como medo, insegurança e dor, reagir foi o verbo mais pronunciado, apesar da pouca fé no resultado futuro dessa ação. No ambiente corporativo, setores administrativos, comerciais e de marketing trocaram os escritórios por cômodos, muitas vezes improvisados, em suas casas.
O trabalho remoto, a venda online, a revisão de processos, as estratégias revistas, tudo acelerado e elevado à potência máxima de urgência. Mais do que nunca, 2020 colocou todos à prova. Entre as alternativas possíveis, uma delas passou a ser considerada única: reinventar-se. E de que maneira? Por meio da inovação. E mais do que tudo, em meio ao universo de possibilidades propostos pela inovação, a colaboração despontou como a estratégia mais efetiva.
— Então, o ano de 2020 veio para provar que esta era a única estratégia possível. Ou seja, a única estratégia possível é se reinventar e se adaptar. Se alguma empresa, em março de 2020, quisesse seguir com a mesma estratégia, estaria quebrada hoje. Todas precisaram se adaptar. E a capacidade de adaptação é a mesma coisa que capacidade de inovação — defende Thomas Job Antunes, executivo do Instituto Hélice.
Esse resumo de um ano desafiador — que parece nos perseguir 2021 adentro — é também a resenha de mais um capítulo de sucesso escrito pelos integrantes do Instituto Hélice em 2020. A publicação do relatório Insights 2020 tem como objetivo justamente revelar de que maneira um ano desafiador se mostrou repleto de oportunidades.
— Os desafios nunca foram tão intensos e reais, no sentido de ação e reação estarem muito conectadas, e de impacto muito rápido. Isso veio provar que a inovação era não só uma estratégia importante para novas receitas, mas também de sobrevivência. Inovação nada mais é do que a capacidade da empresa de se reinventar. Agora, esse limite do que podemos fazer sozinhos é ultrapassado quando estamos em um ambiente de colaboração. E esta foi a principal ação que as empresas tiveram nesse ano que passou. Quando falamos em colaboração, é o simples fato de se abrir, de não tentar resolver sozinho, em um ambiente fechado. As empresas se abriram às novas tecnologias e às novas formas de fazer — constata Thomas.
Um dos exemplos dessa colheita, cujos frutos foram gerados sob efeito da colaboração, vem da Marcopolo. Antes de a empresa entender que era preciso mergulhar no mar da inovação, a solução dos problemas era pesquisada em segredo. A mentalidade passou a mudar com mais intensidade em um duplo movimento, de integração no Instituto Hélice e na criação da Marcopolo Next, uma espécie de fábrica de startups. Essa nova forma de enxergar os diferentes atributos e perspectivas da inovação fizeram com que a Marcopolo pudesse solucionar um problema, no ano pandêmico e desafiador de 2020, em apenas 25 dias.
"Descobrimos a Aurratech num domingo de manhã, numa reportagem no Auto Esporte (edição do mês de abril de 2020). Na segunda-feira, marcamos reunião, na quinta fizemos a primeira POC (Prova de Conceito). Testamos com um cliente e lançamos para todo o negócio. Em maio, começou a faturar", detalha João Paviani, Innovation Analyst na Marcopolo Next, no relatório do Instituto Hélice. A dita resolução era uma sofisticada solução de biossegurança e desinfecção a ser colocada em cena logo no início da pandemia.
A relevância do Instituto Hélice
O conceito do Instituto Hélice foi concebido em 2018 por quatro empresas, Florense, Marcopolo, Randon e Soprano, que tinham como objetivo transformar suas corporações, mas não sozinhas. No ano seguinte, a Metadados integrou-se ao time de empresas mantenedoras. Entre os alicerces da entidade, já estava presente o atributo que se tornou fundamental em 2020: "Colaboração é o único caminho".
Conforme consta no relatório, somente em 2020 foram realizados seis processos estruturados de conexão com startups, que resultaram em um mapeamento de 188 empresas nas "Teses de Inovação", onde os desafios de companhias locais do Instituto são conectados com soluções de startups de todo o Brasil, fomentando a inovação aberta na região em áreas como saúde, educação, recursos humanos e tecnologia.
— Nesse sentido, como instituto, nós tivemos que provar a relevância do Hélice. Será que seguiríamos existindo dentro de uma pandemia? Sendo que muitas empresas tiveram cortes de custo e cortes significativos de pessoas? Nós também corríamos o risco de corte em nossos valores de anuidades. Pelo contrário, o Hélice foi visto como um caminho, como uma luz para enfrentar 2020. O Hélice trouxe o ar de renovação que todas as empresas precisavam. Por isso, não tivemos problemas financeiros, nenhuma inadimplência e ainda aumentamos o número de empresas no Instituto — revela Thomas.
Ainda no âmbito de startups, 2020 também foi o ano de consolidação do Grupo de Investimentos Hélice, iniciativa desenvolvida em parceria com a Universidade de Caxias do Sul (UCS) e a Ventiur Aceleradora. O objetivo é captar até R$ 4,5 milhões para investimentos em até 20 startups locais nos próximos três anos, acelerando o processo de renovação da matriz econômica da região. Hoje, já são seis startups investidas pelo grupo, com aportes de até R$ 200 mil.
Sobre o Instituto Hélice
O Instituto Hélice representa organizações que acreditam que podem mudar o ecossistema de inovação na Serra gaúcha. Juntamente com instituições de ensino e poder público, articula iniciativas que fomentem e consolidem o ecossistema de inovação. Além disso, desenvolve processos estruturados de relacionamento com a comunidade, por meio de programas de conexão com startups, mentorias, eventos e capacitações.
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