Empresário do ramo de eventos, Elias de Castilhos Duarte viu sua empresa, que fornecia serviços de coquetelaria, subitamente imobilizada com o início da pandemia. Todos os eventos agendados do final de março em diante foram cancelados ou adiados por tempo indeterminado. A falta da renda e a preocupação financeira o pressionaram a buscar uma alternativa. Com a esposa, Thais Gomes Duarte, também em casa, por atuar como professora, eles decidiram juntar os esforços e olharam para dentro da própria casa para encontrar a nova ferramenta de trabalho: a máquina de costura.
_ Logo que começou a pandemia, falaram das máscaras. Minha esposa é professora e também estava parada, e temos máquina de costura em casa. Procuramos as especificações e medições de máscara recomendadas pelo Ministério da Saúde, unimos o útil ao agradável e mergulhamos de cabeça _ relata Elias.
Pelas redes sociais, com ajuda das duas filhas, a família começou a divulgar os produtos e, nas primeiras semanas de pandemia, o sucesso surpreendeu o casal. No auge, eles chegavam a produzir cerca de 150 unidades por dia. Cada uma é comercializada por R$ 5.
_ Nunca fui muito da costura, mas começamos como um teste e, quando percebemos, já estávamos cheios de pedidos _ revela Thais.
Enquanto Thais e Elias produzem as máscaras, as filhas do casal ajudam na divulgação, comunicação com clientes e vendas. Elias fica responsável pelas entregas.
Atualmente, a demanda diminuiu. Ainda assim, são produzidas cerca de 50 peças por semana e, ainda na empolgação do sucesso inesperado, o casal investe em novidades.
— Deu uma diminuída porque todo mundo já se abasteceu de máscara. Mas estamos com outra linha que seriam máscaras mais estilizadas e com acessórios — conta Elias.
Além de estampas diferenciadas, há versões também de máscaras com elásticos e fitas que prendem o utensílio pela nuca ou cabeça (tiara) e não ao redor da orelha.
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