Desde quarta-feira, o Fundaparque está tomado pelo aroma de vinhos nacionais e estrangeiros e de negócios, claro. As rodadas do Projeto Comprador na 2ª edição da Wine South America acontecem durante todo o dia, inclusive pela manhã, quando os portões ainda estão fechados para visitação. São 230 profissionais do Brasil e do Exterior participando das rodadas viabilizadas por meio de parceria da Milanez & Milaneze/Veronafiere com Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e Governo do Estado.
Os números serão conhecidos nesta sexta-feira (27), no final do dia, quando a feira encerra, mas a julgar pela movimentação — o primeiro dia registrou o dobro de visitantes na comparação com o mesmo dia da edição anterior, ou seja, 2,4 mil — e pelo entusiasmo dos expositores, deve superar os R$ 10 milhões.
Proprietária da Vinícola Marzzarotto, de Flores da Cunha, Janaína Massarotto lançou o empreendimento no ano passado, durante a primeira edição da Wine South America. Na primeira rodada de negócios, já fechou a primeira venda, para um cliente da Bahia, estado que ela dificilmente teria acesso já que, além de nova no mercado, é uma pequena empresária. Da feira de 2018, mantém pelo menos cinco clientes. Neste ano, retornou e, até esta quinta-feira, já prospectava fechar cerca de 10 negócios, entre eles, com um wine bar de São Paulo.
— A feira abre portas, dá visibilidade. Talvez eu nunca tivesse a oportunidade de falar direto com o comprador — comemora Janaína.
Conforme a gestora de projetos de vitivinicultura do Sebrae, Angelica Brandalise, a Wine South deste ano está melhor que a do ano passado porque o momento econômico é melhor — em 2018, a feira era realizada em meio ao período eleitoral —, o que pode ser percebido nos contatos feitos até agora na feira.
— Temos ainda vários fatores complicantes para o setor como carga tributária, acordo Mercosul e União Europeia, mas é um outro momento. A qualidade do vinho brasileiro está mais reconhecida, com isso, os compradores estão até mais interessados. Para gerar negócios, isso é muito bom. Para muitas vinícolas, a feira é mais uma aproximação, mas outras estão participando até do Projeto Comprador internacional. Todas estão com lançamentos, isso também atrai os compradores — destaca.
O QUE VER NA FEIRA
Para atrair compradores, apresentar novidades é fundamental. A reportagem do Pioneiro circulou ontem pela Wine South America e mostra algumas delas. Confira:
> Para quem não bebe, a Aurora traz um lançamento que cai muito bem: a 0,0% álcool, bebida a base de uva branca com adição de gás, e com cara de espumante. A garrafa custa R$ 29,90. Outro lançamento é o suco de uva gaseificado, a R$ 5. E para comemorar os 30 anos do keep cooler, a vinícola está relançando o de piña colada, a R$ 4 no mercado.
> A Vivant, marca de três amigos do Rio de Janeiro, tem o primeiro vinho fino e seco brasileiro em lata. Lançado em janeiro, já está presente em seis estados, incluindo o RS. Em Caxias, por exemplo, é vendido no Alligator e no The Bah Burguer. Em breve, estará nas prateleiras do Zaffari.
— Há uma tendência de aumento do consumo de vinho pelos jovens e a garrafa de vinho não era prática quando eles iam para a praia, para a balada. Nosso objetivo é trazer praticidade e mostrar que bons vinhos podem ser tomados em qualquer situação — explica Alex Homburguer, CEO da Vivant.
> Das 1,2 mil garrafas do primeiro vinho de ânfora do Brasil, da Lídio Carraro, mais da metade já foi vendida. Mas uma está exposta no estande da vinícola, no Wine South. Quem comprou, receberá a bebida a partir de janeiro, quando elas começaram a ser enviadas. A cota de duas garrafas custa R$ 690. A dica do sommelier da boutique da Lídio Carraro, Edson Bublitz, é beber uma quando chegar e guardar a outra para abrir daqui alguns anos.
> De Ribeirão Branco, interior de São Paulo, a Família Davo apresenta na feira a primeira safra de vinhos e sucos da vinícola — as primeiras uvas foram plantadas na fazenda de José Afonso Davo há oito anos. Em dezembro, a vinícola inaugura o hotel que faz parte do complexo que inclui, ainda, um restaurante.
SERVIÇO
Último dia da Wine South America
Horário: das 14h às 21h
Onde: Fundaparque (Alameda Fenavinho, 481), em Bento Gonçalves
Mais informações: winesa.com.br