Na estrada desde 1999, os gaúchos da Cachorro Grande nunca lançaram um álbum ao vivo. É como se nunca tivesse feito falta na discografia, mas por outro lado, por que não? Em novembro, a banda entrega aos fãs o primeiro registro feito fora de estúdio, resultado de dois shows gravados em junho, em São Paulo, com 18 faixas e a participação de Samuel Rosa, do Skank _ "outro beatlemaníaco doente que nem nós", nas palavras do vocalista Beto Bruno, 43. Antes de vir a Caxias do Sul para tocar no Clube União Forquetense, neste domingo, o vocalista conversou com o Pioneiro sobre o novo trabalho:
_Fãs e amigos sempre comentaram que a Cachorro no estúdio é uma coisa e ao vivo é diferente. Mas como a gente sempre tem fome de trazer coisa nova, de lançar algo a cada ano e meio e rodar pelo país mostrando, acabou que esquecemos até de pensar em lançar algo ao vivo. Era algo que já poderia ter saído depois do terceiro ou quarto disco, mas por outro lado a gente conseguiu fechar um repertório tão matador, que acho que está saindo na hora certa _ comenta o vocalista.
Assim como o show deste fim de semana, o repertório do CD (que também sairá em vinil duplo) é um apanhado das principais músicas dos oito discos da banda, como Dia Perfeito, Você Não Sabe o Que Perdeu, Desentoa e Sinceramente, que traz o vocalista do Skank. Contudo, o registro ao vivo também foi uma oportunidade para o quinteto — que além de Bruno tem Marcelo Gross (guitarra), Gabriel Azambuja (bateria), Pedro Pelotas (teclados) e Rodolfo Krieger (baixo) — resgatar do baú músicas que não tiveram a mesma projeção:
_ O repertório se fez sozinho. Na hora de colocar no papel a gente sentou e foi anotando as mais importantes. Nisso também surgiram alguns lados B e músicas que não chegaram a ser single, mas que fizeram parte da nossa história, como As Próximas Horas Serão Muito Boas. Já o convite para o Samuel foi porque ele sempre esteve na área, sendo um parceiro, como toda a turma do Skank. A gente tocou em vários festivais juntos e surgiu uma amizade que, na hora de convidar alguém, não pensamos duas vezes.
Além do Ao Vivo, a Cachorro Grande tem no horizonte um documentário sobre os 20 anos da banda, com direção do pernambucano Lírio Ferreira (Árido Movie, Cartola - Música Para os Olhos), previsto para sair em 2019. Não vão faltar histórias como o dia em que os caras abriram o show dos Rolling Stones, no ano passado, no Beira-Rio. "Não foi só o dia mais importante da história da banda, mas das nossas vidas", resume o vocalista. Todavia, um novo álbum de inéditas também deve sairnesse ínterim:
_ Cada um na sua casa já está começando a buscar alguma coisa. Os cinco compõem e trazem ideias, vem música de tudo que é lado, então é bem provável que no meio da turnê do Ao Vivo a gente sinta essa fome de novidade que falei antes e comece a mostrar esse material uns para os outros. Não é porque sou o vocalista que tenho que fazer todas as letras, não sou guitarrista e faço mais música do que letras, o Gabriel é o batera e faz letras, faz músicas. É uma banda de verdade mesmo.
Além de Caxias, a banda excursiona por Novo Hamburgo (nesta sexta), Cachoeira do Sul (sábado), Ijuí (próxima sexta) e Porto Alegre (domingo, 24).
Agende-se
O quê: Geração Rock Festival, com show da Cachorro Grande e bandas locais (Marenna, Nino Salazar e banda e Malucos Minordão)
Quando: Domingo (17), às 17h
Onde: Esporte Clube União Forquetense (Rua Padre Alberto Casavechia, 1403, Forqueta)
Quanto: Antecipado - pista R$ 25,00, camarote R$40,00; Na porta – pista R$40,00; camarote R$60,00
Postos de venda: Hamburgueria Moreira, Multi Mercado Croata, Akustica Musical, Exerce Fitness