Um apetrecho tão importante e familiar para a cultura do sul do Brasil - e, ao mesmo tempo, tão pouco conhecido - ganha em breve um livro temático. Falamos das bombas de chimarrão, objeto de estudo do designer gráfico e pesquisador Ricardo da Silva Mayer. Em fase de financiamento coletivo para impressão, “Bombas de Chimarrão - Origens, Tradição e Cotidiano” é resultado da investigação feita por Mayer para a dissertação de Mestrado em Patrimônio Cultural pela Universidade Federal de Santa Maria, entre 2017 e 2018.
Uma minuciosa pesquisa em publicações e documentos a partir do século 16, além de imagens pouco conhecidas datadas a partir do século 18, revelaram dados surpreendentes sobre a origem do artefato, colocando em xeque a ideia da origem indígena da bomba. O autor observa que, no Brasil, durante o século 19, o desenvolvimento das bombas coincide com o estabelecimento das tradições gaúchas e a estética da prataria regional, conforme revelam peças localizadas e fotografadas em museus e coleções particulares.
Aliás, foi graças a colecionadores que Mayer conseguiu registrar modelos incomuns de bombas, já que os museus brasileiros possuem poucos artefatos representativos da cultura do mate - segundo ele, o melhor acervo sobre mate existente no Brasil está no Museu Paranaense, em Curitiba.
Catálogo Eberle de 1951
Durante o mestrado, Mayer pesquisou, logicamente, o vasto acervo de catálogos de produtos da Metalúrgica Abramo Eberle, mantidos pelo Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami, em Caxias. São de lá as reproduções acima, de um catálogo de bombas e estojos de 1951.
De todo esse trabalho derivou ainda uma exposição itinerante, apresentada em Santa Maria, São Pedro do Sul, Ijuí, Bagé e Porto Alegre em 2019. A pandemia, porém, frustrou os planos do autor de expor em outras cidades, estados e também no Exterior.
Na foto abaixo, funcionários da seção de limagem da Metalúrgica Abramo Eberle trabalhando nas bombas, no início dos anos 1940 - exatamente onde hoje funciona o atual Pátio Eberle. Teria lugar mais apropriado para a chegada da exposição a Caxias do que exatamente ali?
Valor afetivo
O autor também investigou a relação das pessoas com as bombas guardadas e usadas no cotidiano, igualmente registradas como objetos de grande relevância cultural.
Conforme Mayer, frequentemente são artefatos cheios de significado, pois, quando recebidos como presente ou herança de família, adquirem valor afetivo e ativam memórias dos antepassados e de momentos especiais da vida dos usuários.
Como apoiar a edição
Para que o livro seja editado, o autor está fazendo uma captação pela plataforma Catarse, de financiamento coletivo, sistema que já viabilizou a realização de mais de 15 mil projetos culturais. O lançamento está previsto para setembro de 2021.
:: Comprando antecipadamente um exemplar autografado (R$ 60), o leitor recebe o livro em casa e ainda tem seu nome na lista de apoiadores impressa no livro.
:: Os leitores podem também optar por pacotes com dois ou quatro livros. Para livrarias, lojas especializadas em erva-mate e lojas de artigos típicos, há a opção de receber exemplares com um custo unitário adequado para revenda.
:: Para empresas que desejarem ter sua marca associada à publicação, há pacotes que dão direito à inserção do logotipo e divulgação nas redes sociais do projeto.
:: Adquira o seu pelo catarse até 9 de agosto.
:: Instagram: @livrobombasdechimarrao
:: Facebook: Livro Bombas de Chimarrão
:: E-mail: estudioricardomayer@gmail.com