Os atuais trabalhos de revitalização do antigo complexo da Metalúrgica Abramo Eberle, na Rua Sinimbu, trazem à tona as memórias de quem atuou na empresa. Aliás, quem não passou – ou não conhece alguém que tenha passado – pelo Eberle em algum momento do século 20?
O aposentado Getúlio Jacoby da Rosa, 88 anos, foi um dos tantos jovens que deram entrada na metalúrgica mesmo antes de atingir a maioridade. Em 1944, aos 16 anos, ele iniciou na seção de polidores, onde manteve-se por 13 anos, até ser promovido a mecânico de manutenção.
Um dos momentos marcantes dessa trajetória deu-se em 11 de julho de 1969, quando seu Getúlio foi jubilado e recebeu o relógio de ouro em homenagem aos 25 anos de atuação no Eberle. Ele permaneceu na função até setembro de 1981, quando aposentou-se.
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O jubileu de prata de Enio Arioli em 1968
Olivo Berton e os jubilados do Eberle em 1968
Na imagem maior acima, a cerimônia de 1969, no salão nobre, localizado no último andar do prédio da Sinimbu. Getúlio (sentado ao centro) aparece junto ao diretor Júlio João Eberle, a diversos chefes de seção e outros funcionários homenageados.
Nos detalhe abaixo, o estojo com o relógio de ouro, o broche e a placa, mantidos pela família até hoje. Eles trazem as iniciais do homenageado, GJR, e a referência ao período (1944-1969).
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A família
Getúlio Jacoby da Rosa nasceu em 22 de setembro de 1928 na Fazenda Loureiro, segundo distrito de Bom Jesus. Juntamente com os pais, Manoel Felisberto da Rosa e Idavina de Lima Jacoby, e os sete irmãos, o "vacariano" migrou para Caxias em 1942.
A família fixou-se na Rua Borges de Medeiros, nas proximidades do antigo campo do Juventude, o que despertou no jovem a paixão pelo futebol – ele jogou no Juventus, Floriano, Gianella, Bangu e Cruzeiro do Sul, além de ter atuado como treinador a partir dos anos 1960.
Getúlio Jacoby da Rosa e o Grêmio Esportivo Cruzeiro do Sul em 1956
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Esporte Clube Floriano em 1956
O primeiro emprego foi obtido no antigo Curtume Tupy. Porém, como o serviço era bastante insalubre, a mãe não permitiu que o jovem permanecesse no lugar. Getúlio passou, então, a trabalhar na Fábrica de Massas Pasetti, até conseguir uma vaga no Eberle, em 1944.
A antiga padaria e fábrica de massas de Vitorio Pasetti
Já o casamento chegou oito anos depois. Em 27 de dezembro de 1952, Getúlio uniu-se a Maria José de Souza (in memoriam), com quem teve os filhos Leda, Leila (in memoriam), Gilmar e Lilian. Eles lhe deram três netos (Karen, Tiago e Leonardo) e dois bisnetos (Caio e Gustavo).