A trajetória das famílias fundadoras do distrito de Santa Lúcia do Piaí começa a ser esmiuçada para, em breve, ser transformada em livro. Esse é o objetivo do professor de História e pesquisador Éder Dall'Agnol dos Santos, que compartilha com a coluna, nas edições de hoje e amanhã, parte da saga dos Damin.
Conforme Dall’Agnol, a história da família Damin no Brasil tem início em 1883, com a chegada do casal de imigrantes italianos Antonio Damin e Corona Solagna, acompanhado dos filhos Abramo, sete anos, Maria, três, e Luigia, dois. Oriunda da comuna de Lentiai, na província de Belluno, a família desembarcou no Porto do Rio de Janeiro em 12 de janeiro de 1883 – a travessia, iniciada ainda em dezembro de 1882, deu-se a bordo no Vapor Hasburg, procedente do Porto de Hamburgo, na Alemanha.
Em solo brasileiro, o destino da família foram as antigas colônias italianas do Rio Grande do Sul, onde os Damin se fixaram – inicialmente na Linha Jansen, no Lote Número 174 da então colônia Dona Isabel (atual Bento Gonçalves). Ali nasceram as primeiras filhas brasileiras de Antonio e Corona: Gracia, em 1884, e Thereza Josephina, em 1886.
Ainda em 1886, Antonio adquiriu terras na Linha Faria Lemos, na época pertencente à Colônia de Nova Petrópolis – hoje distrito de Santa Lúcia do Piaí. Em 20 de agosto daquele ano, vinda do Porto de São Sebastião do Caí, a família estabeleceu-se no prazo colonial de número 25 assim constituída: Antonio, então com 40 anos; Corona, com 37; Abramo com 11; Gracia, com dois; Maria, com oito; e a pequena Thereza, de apenas quatro meses.
Conforme o pesquisador, o nome da filha Luigia não consta na ficha do prazo colonial – a hipótese mais provável é que ela tenha falecido antes da mudança. Em data não localizada, porém, a família acabou retornando para Linha Jansen, onde nasceram as últimas descendentes do casal: Rosa, em 1889, e Josephina Isabella, em 1892.
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O primogênito
Agricultor e morador do lote 174 da Linha Jansen, Abramo Damin, o filho mais velho de Antonio e Corona, casou-se com apenas 21 anos – a união civil com Anna Dall’Agnol, filha de Pietro Pasquale Dall’Agnol e Antonia Secco, deu-se em 9 de janeiro de 1897.
Estabelecidos em Linha Jansen, Abramo e Anna tiveram os seguintes filhos: Antonio (nome em homenagem ao avô imigrante, nascido em 24 de julho de 1896); Giusitta (nascida em 16 de junho de 1898); Judith Maria (em 20 de janeiro de 1900); e Cecília (em 30 de dezembro de 1901).
Já entre os anos de 1902 e 1903, Abramo estabeleceu-se na 9ª Légua de Caxias, voltando, posteriormente, para a Linha Faria Lemos, onde a família dedicou-se à agricultura de subsistência. Na sequência, Abramo e Anna tiveram os filhos Pedro Jose, Henrique, Franzisco Isidoro, Lucia Josefina, Ferminio, Teodoro Piagi, João Pacifico, Clementina Tereza, Maria, Adelina e Anna.
Abramo Damin faleceu em 26 de janeiro de 1948, vítima de um edema pulmonar. Ele tinha 72 anos. A esposa, Anna Dall’Agnol Damin, morreu apenas oito anos depois, em 6 de janeiro de 1956, aos 78.
Ambos estão sepultados no cemitério do distrito de Santa Lúcia do Piaí.
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Acervo
As fotos desta página, também recuperadas pelo pesquisador Éder Dall' Agnol dos Santos, integram o acervo de Maria Damim Ferrazza.
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