Tríssia Ordovás Sartori
A Grazi, minha amiga jornalista que começou a aprender a pintar porcelana na pandemia, acabou se mudando pra Tóquio com a família no início do ano e passou a fazer aulas por lá. Em uma delas, aprende a criar pratinhos cheios de detalhes e de curvas, sempre pintados com um pigmento vermelho e que requerem um pincel específico, com cerdas muito separadas e que se reúnem com a medida exata de água. Os traços são muito finos e precisos e ela contou que leva dias para fazer um trabalho pequeno. Só consegue descobrir se a pintura ficou boa depois da queima – se os risquinhos não ficarem marrons, permanecerem vermelhos. A professora só fala japonês, o que ela não entende nem fala. Mas, pela observação, tem valido a pena o trajeto de quase uma hora a pé e de metrô para chegar à sala de aula.
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