Pedro Guerra atacou outra vez. A vítima, uma moça chamada Crystal, foi vista pela última vez quando saía de uma farmácia no Centro, e seu corpo apareceu boiando no chafariz da Praça Dante Alighieri. Na cintura, uma frase tatuada — a primeira pista para o detetive Benjamin Lisboa. O suspeito mais provável é o jovem escritor caxiense que, quatro anos atrás, matou uma rainha da Festa da Uva. Tudo na ficção, é claro: o novo assassinato acontece nas páginas do livro Cabra-Cega (112págs., R$ 22), terceiro volume da série Caxienses, que Pedro autografa neste domingo, no Zarabatana Café.
— A história tem muito a ver com a Praça Dante, e com o próprio Dante Alighieri — conta o escritor.
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Dedicado integralmente à literatura, ele se divide entre os romances juvenis, voltados ao público nacional, e os livros policiais, ambientados em Caxias, mas que aos poucos começam a conquistar leitores "de fora" também. Para escrever seus mistérios, conta, realiza antes toda uma pesquisa histórica.
— Cabra-Cega se passa em 2000, então, precisei pesquisar como era a praça e a cidade nesse ano — exemplifica.
Logo na primeira página da trama, os leitores têm um gostinho desse passado recente, quando Crystal, ainda sem saber o que a aguarda, joga no celular o antigo jogo da cobrinha (Snake). Mas as referências vão além, e o autor garante que o cenário não é aleatório: tudo ali tem um porquê. O mesmo vale para o título, uma vez que o assassino da história joga uma espécie de jogo com Lisboa, o detetive.
Além do detetive, que aparece desde A Rainha Está Morta (2013), o livro traz de volta também personagens antes secundários e que agora ganham destaque — a começar pela própria Crystal, que fez uma aparição rápida no início de Queda Livre (2015). Para os leitores atentos, isso significa que é preciso ficar de olho em cada detalhe de Cabra-Cega, para tentar descobrir não apenas o mistério dessa obra, mas uma pista para a próxima. Sim, a série Caxienses terá continuidade:
— Deixo o final meio em aberto, então vai ter pelo menos mais um livro. Talvez mais — revela Pedro, acrescentando que das conversas em escolas resultaram muitas ideias de cenários para seus "crimes" futuros.
Alguém aí quer arriscar onde ele vai atacar da próxima vez?
Popularidade em alta
Autor mais vendido da 33ª Feira do Livro de Caxias do Sul — somando-se o romance Como Eu Imagino Você, lançado em setembro, e os dois volumes anteriores da série Caxienses, A Rainha Está Morta e Queda Livre — e Pedro Guerra comemora a excelente fase. Além de ter seu nome lançado nacionalmente graças à publicação de seu segundo romance juvenil pela editora Gutenberg, ele ultrapassa os 70 mil seguidores no Facebook e já participou de bate-papos com mais de 17 mil estudantes.
Enquanto Pedro conversava com a reportagem, na manhã de terça-feira, foi possível ter uma mostra mais concreta da sua popularidade. Um grupo alunos da escola Marianinha de Queiróz, que visitava a Casa da Cultura, soube que o escritor estava no café do térreo e correu até lá. Entre abraços e selfies, vários deles garantiram:
— Vamos estar lá no domingo.
Agende-se
O que: lançamento do livro Cabra-Cega, de Pedro Guerra.
Quando: domingo, das 15h às 19h.
Onde: no Zarabatana Café, junto ao Centro de Cultura Ordovás (Rua Luiz Antunes, 312).
Quanto: entrada franca; livros à venda no local, por R$ 22 (com direito a brinde exclusivo).
Bazar
Simultaneamente à sessão de autógrafos, o escritor promove o Bazar do Bem, com roupas e acessórios a baixo custo e renda revertida para o Projeto Social Guerreiros, que distribui brinquedos e materiais escolares para crianças carentes. Haverá também venda de artigos da loja oficial de Pedro Guerra, a Onzedodez.