Neste domingo, às 18h01min, o Sol entra no signo de Leão, do qual é regente. Coincidentemente, domingo é o dia do Sol, segundo a tradicional associação astrológica entre a semana e os corpos celestes. Em inglês, por exemplo, domingo é Sunday; em alemão, Soontag. Em nossa cultura laboral, depois de uma semana de afazeres, parece ser expectativa geral um domingo ensolarado, como convite ao lazer e a outras validações do viver. É o Sol em ação – que o digam as praias brasileiras. E é o cotidiano refletindo a antiga simbologia do cosmos. Pena que, na língua portuguesa, o cristianismo aboliu esse costume na nomeação dos dias.
De acordo com a tradição, depois do domingo solar, a semana se completaria em dias dedicados à Lua, Marte, Mercúrio, Júpiter, Vênus e Saturno, nessa ordem. Até hoje, em inglês, segunda-feira, dia da Lua (Moon nesse idioma), é Monday; em alemão, Montag; e é Lunes em espanhol, Lunedi em italiano e Lundi em francês. Em espanhol, na sequência, vêm os dias Martes (Marte, terça), Miércoles (Mercúrio, quarta), Jueves (Júpiter, quinta) e Viernes (Vênus, sexta). O sábado rompe a regra antiga para o dia de Saturno (Saturday em inglês). É quando entra a influência cristã. O termo sábado viria do Shabbat hebreu. E domingo seria uma evolução do Dies Dominica (Dia do Senhor).
A língua portuguesa, entre as neolatinas, foi a única a abandonar a velha tradição de origem astrológica. Para combater tal herança pagã e seus deuses, a liturgia católica medieval consagrou, em latim, os dias pelo sentido da Semana Santa. A partir do Dies Dominica, ou Feria Prima (primeiro feriado), viria a Feria Secunda, Feria Tertia, etc., até a Feria Septma ou Sabbatum. Com o tempo, Feria virou feira. E nossa semana portuguesa perdeu a conexão com o antigo cosmos, em nome da nova visão religiosa.
E agora o Sol, astro-rei, entra em Leão, seu signo, num domingo, seu dia. Inaugura em grande estilo um ciclo de expressão do ser, de alegria e propósito. É a potência criadora e concentrada do elemento fogo. Falaremos disso adiante.