As primeiras lembranças que me vieram à mente após a convocação de Alex Telles para a Copa do Mundo não eram de algum jogo das categorias de base do Juventude ou daquele grupo que foi campeão nos juniores e fez grande campanha na Copa São Paulo em 2010.
Em 2011, no ano que chegou ao profissional, Telles ainda vivia um momento de afirmação. E aí veio o jogo contra o Cruzeiro, pela Série D. Já como repórter do Pioneiro, acompanhava o confronto das cabines e vi a distância a chegada na linha de fundo e a queda. Lesão grave no joelho e uma recuperação demorada e dolorosa. Em um começo de carreira, algo complicado de assimilar para quem não tem uma base forte.
Mas foi aí que veio o ponto que mais chamou a atenção. Em 2012, o clube vivia um momento delicadíssimo e ficou para alguns jovens a responsabilidade de serem protagonistas nesse processo de reconstrução. E, mesmo no pós-lesão, Alex Telles conseguiu se destacar, junto com Ramiro, Bressan e companhia. Muito por sua perseverança, pelo trabalho feito dentro e fora de campo.
Não foram poucas as vezes em que os repórteres viram Alex, após o treino, colocar a barreira móvel e um colete no ângulo da meta. E lá ia ele cobrar uma série de faltas, com uma precisão impressionante, que de fato chamava a atenção.
Por mais que algumas pessoas tenham colocado em dúvida a capacidade de Telles, ainda no Juventude, ou outros questionem a sua convocação para a Seleção, agora, para quem acompanhou minimamente a trajetória, é preciso valorizar demais o feito. Mais de 10 anos depois daquela lesão e da afirmação como profissional, veio a recompensa. A dedicação e a evolução de Telles foram premiadas.
Ao longo desse período, e com a fundamental experiência europeia, ele mostrou ser um dos mais eficientes na sua função. E dentro da estratégia elaborada por Tite para a Seleção, talvez não seja preciso ser um lateral brilhante, mas, se preciso, que vá competir e encarar de frente os desafios do Mundial, com confiança e dedicação.