A troca rápida e intensa de olhares no meio da multidão. Assim foi marcado o início do relacionamento repleto de emoções entre o jornalista Charles Tonet e a relações públicas Lisele Taufer, que há quatro anos constroem uma família fora da rotina comum com seus dois filhos, Caio Taufer Tonet, dois anos, e Victor Taufer Tonet, de quatro meses.

— Nos conhecemos de maneira despretensiosa, e à medida que o tempo vai correndo ganha nuances, formas e tons que deixam mais claro o sentido de nossas vidas. É difícil citar um momento apenas, mas acreditamos que um deles poderia ser a primeira viagem juntos, em 2013, passamos a virada de ano no litoral, conversando a noite toda à beira mar até o sol nascer. Se fosse um capítulo de nossa biografia, o título poderia ser, parafraseando os compositores Orestes Barbosa e Silvio Caldas, Chão de Estrelas — declara Lisele, apaixonada pela narrativa de afetos que tem construído ao lado do marido e dos filhos.

Ele iniciou sua jornada juntamente com seus pais, Tânia Maria Zardo Tonet (in memoriam) e Jucir Tonet, na criação da Três Tempos Memória Corporativa, em 1997, e possui mais de 25 anos de conhecimento no mercado de economia criativa e da experiência, tendo trabalhado na indústria cinematográfica na produção de arte e roteiro de O Quatrilho - a partir da obra de José Clemente Pozenato e versado para a sétima arte pelo diretor Fábio Barreto - projetos culturais de música, arte, literatura, acervos históricos e museus empresariais. Possui uma empresa de assessoria cultural, uma editora multimídia e é biógrafo das maiores corporações do Rio Grande do Sul. É membro da cadeira 24 da Academia Caxiense de Letras, especialista em gestão pela FGV-CEEEM, autor de 29 livros e em 2017 concluiu o mestrado em Literatura e Cultura Regional, pela UCS, cujo tema de dissertação foi empreendedorismo na ficção. Nesse período, durante seis anos, foi consultor de planejamento da mesma instituição de ensino superior, quando iniciou seu trabalho no desenvolvimento do projeto Bewine Resort, no qual é responsável pela área de marketing e desenvolvimento de produtos.

Ela, filha de Paulino e Antoninha Taufer, é formada em Relações Públicas pela UCS; MBA em Marketing e Comunicação pela ESPM, cujo plano de marketing desenvolvido recebeu conceito máximo da instituição em 2012; e, Mestre em Turismo e Hospitalidade, quando se debruçou na pesquisa da dissertação que teve como tema o “Turismo e Realidade Virtual” e conquistou conceito máximo. Ainda na trajetória acadêmica, recebeu Premiação de Terceiro Lugar entre os trabalhos do Colóquio Cenários, Ciência e Desenvolvimento Turístico do Fórum Gramado de Estudos Turísticos, em 2018. Sua trajetória iniciou ainda jovem, com 16 anos, na área de vendas. O interesse pela organização de eventos sempre esteve presente e teve a oportunidade de atuar na área no Clube Juvenil. Colecionou experiência no setor de marketing ao trabalhar na Vinícola Perini, seu último trabalho antes de se dedicar exclusivamente para eventos foi no Gabinete do reitor da UCS. Atualmente os esforços estão concentrados em eventos sociais e corporativos, entre eles o Let´s Jazz Festival, previsto para ocorrer em maio deste ano.

— O Let’s Jazz Festival é o nosso primeiro projeto juntos e que sairá do papel em breve! Caxias do Sul tem um grande potencial para as mais diversas facetas que o cenário cultural oferece. Será um evento de três dias, com concurso autoral para talentos locais, e apresentações de jazzistas renomados e artistas de grande vulto que são influenciados por esse gênero musical fantástico e único. Tudo isso em uma cena descontraída, com atrações diversas, lounges e ilhas enogastronômicas, em um ambiente familiar que valoriza o convívio e a troca de experiências e enaltece o espírito desse gênero musical, que é criativo, destemido, sagaz, profundo e divertido, ou seja, com a “cara” e o movimento dos novos tempos — revela o casal ao discorrer um pouco sobre o que está por vir na cena cultural da cidade.

Se contar histórias é o mote da vida à dois, Charles relembra a infância com muito saudosismo e carinho ao promover um paralelo com a de seus dois meninos: — Minha infância foi marcada pela era analógica, muitas atividades ao ar livre ou advindas da criatividade motivada pelo ócio dos dias de chuva. Tinha sim o uso de tela, como a televisão, mas os programas infantis tinham hora marcada na programação do canal. Se não assistisse naquele horário, perdia o desenho. Uma realidade muito distante da dos nossos filhos hoje em dia, que tem à mão todas as necessidades supridas, sejam com desenhos a qualquer hora do dia ou brinquedos que promovem estímulos diversos. O desafio agora é usar o melhor da tecnologia virtual e dos recursos disponíveis e incentivar o criar, o inventar e o brincar de antigamente — conta.

Questionados sobre quais atitudes e valores são importantes para a criação das crianças, Charles e Lisele concordam que a melhor herança afetiva é o respeito. A partir dele é possível conquistar todos os outros, a autonomia, a empatia, a humildade e a persistência, acompanhados de uma visão positiva da vida.

E falando de legado em família, Charles acrescenta com o que sua mãe deixou de mais precioso como ensinamento: — A valorização da cultura local e de raiz conectado ao universal, a excelência na realização de qualquer atividade, a persistência para que o sucesso aconteça e o olhar constante para o futuro — finaliza o celebrado profissional.

O que falam Charles e Lisele sobre:

• Uma palavra-chave: ressignificação;
• Gostaria de ter sabido antes… que olhar para dentro de nós abre portas nunca antes imaginadas;
• Um conselho para lidar com as adversidades do cotidiano em família: Temperança, diálogo e amor.