Acolhimento e amor ao próximo!
A médica caxiense Vanessa Longhi, filha de Érico Antônio Longhi e Dulce Maria Pellenz Longhi, é graduada pela Universidade Luterana do Brasil e Geriatra pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Casada com Rafael Frassini, Vanessa é uma das fundadoras da Zivy Saúde, um projeto que reúne especialidades médicas consultas domiciliares e tratamentos hospitalares em busca de promover uma melhor qualidade de vida.
O que sonhava em ser quando crescesse e o que se tornou? Desde a infância sempre sonhei em ser médica. Aos 18 anos, confirmei minha escolha. Tinha em mente que o caminho seria difícil, mas não impossível, e veio a aprovação em medicina.
Que conexão faz da infância com sua atividade profissional? Minha infância foi maravilhosa. Tive avós muito presentes, Osvaldo João Longhi (in memoriam) e Ema Hauser Longhi, 85 anos, e que me inspiram muito como ser humano. Tive colegas que me marcaram muito como Liana Pulita Martini, colega sempre alegre e disposta a ajudar, e Luana Thomazi. Tenho saudade dessa época. Por ter convivido com pessoas tão boas na infância, isso me faz valorizar a profissional que me tornei.
Qual a passagem mais importante da tua biografia e que título teria se fosse uma obra? A aprovação em medicina, foi um sonho realizado. Como título, poderia ser: Persistência.
Ao lado de quem gostaria de ter sentado na época da escola? Em 2018, conheci um médico chamado Mauro José Zaparolli (in memoriam), queria ter convivido ao seu lado na escola, ser humano e profissional incrível.
Se tivesse vindo ao mundo com uma bula, o que conteria nela? Tranquilidade.
O que te inspira? Meu pai, Érico Antônio Longhi, com toda certeza minha inspiração de vida, para a pessoa que me tornei. Minha formação dependeu muito dele. Me orgulho de ser sua filha. Meu exemplo de vida, de simplicidade, de força, de fé, de garra e de não desistir nunca dos nossos sonhos. A medicina me completa, amo minha profissão, amo trabalhar com idosos, eles nos ensinam, contam histórias de vida, muitas vezes tristes, mas também alegres.
O que fazer para se manter o equilíbrio em tempos de isolamento social? Sou muito família. Ficar perto de quem amo me traz paz, me acalma.
Qual o maior aprendizado e conquista do período da graduação? Meu maior aprendizado do período da graduação foi entender o significado da empatia, as dificuldades do ser humano, e como médica poder auxiliar da melhor maneira possível.
Quando decidiu seguir o caminho da geriatria e medicina preventiva? Sempre tive um carinho pelos idosos, meus avós sempre foram muito presentes. Após a graduação decidi seguir na geriatria, da prevenção e do cuidado.
Quais foram as principais queixas que tem observado desde o início da pandemia? Duas queixas me chamaram atenção: a dor e a depressão. O quanto me fez bem poder atender estas pessoas neste período tão difícil para todos nós, e poder trazer um pouco de esperança e de conforto.
A pandemia do novo coronavírus trouxe diversas mudanças para o cenário político e científico, como diferenciar o que é ciência do que é “achismo”? Grandes crises deixam lições. As recomendações científicas prevalecem, desde o início. Entretanto, em tempos que deveriam ser de pleno progresso, correntes conseguiram propagar negacionismo até de campanhas de vacinas. Esperamos que após a pandemia, este movimento anticiência, se enfraqueça. A ciência sustenta-se em dados, fatos, estatísticas, evidências, não devendo ser encarada, portanto, como pauta de uma ou outra vertente política.
Quais avanços na medicina foram observados nos últimos anos para a tua especialidade? O importante é, não só viver mais, mas viver mais e bem. Considerando isso, saliento a telemedicina como um desses avanços. Ganhou espaço principalmente na pandemia e a tecnologia pode ser aliada à medicina em benefício da saúde. Outro avanço é a medicina preventiva. Pilates, atividade física regular, estímulos cognitivos e acompanhamento com médico geriatra fazem parte deste processo que traz qualidade de vida para os idosos.
O que te motivou a empreender na área da saúde com a Zivy? A necessidade de atender os pacientes em casa, principalmente os mais debilitados, e com dificuldades de locomoção. Este acompanhamento proporciona conforto e bem-estar para o paciente e para os familiares. Juntamente com os colegas, Luciano Ártico e Gabriela Oliveira, é possível realizar este trabalho com maior proximidade do público atendido e em ambiente domiciliar.
Como se dá o acompanhamento dos pacientes atendidos pela Zivy? Ocorre de forma continua, por meio de consultas médicas domiciliares, solicitação de exames, visitas periódicas de enfermagem, teleorientações, vídeochamadas e ligações para os pacientes e/ou responsáveis de forma semanal e contínua.
Gostaria de ter sabido antes... que atividade física e alimentação saudável são essenciais para o ser humano.
Um hábito que não abre mão? Comer bem.
Um talento que ninguém conhece: cavalgar.
Traço marcante de sua personalidade? Persistência e determinação.
O que tem feito para impactar o mundo e as pessoas de maneira positiva? A pandemia me proporcionou muitas reflexões de vida. Ajudar o próximo e acolher, me trazem sempre muita satisfação. Fazer o bem me acalma, me encanta, e me impulsiona a seguir em busca de conhecimento, para melhorar a vida das pessoas
Reflexão de cabeceira? Que minha coragem seja maior que meu medo, e que a minha força seja tão grande quanto a minha fé.
Ter saúde é: o ponto mais alto da paz, equilíbrio entre mente e corpo.
O que mais respeita no ser humano? A simplicidade.
Com que mensagem encara o mundo? A fé em Deus nos faz crer no incrível, ver o invisível e realizar o impossível.
Qual a primeira coisa que fará quando a pandemia passar? Encontrar amigos que não vejo há muito tempo.