Com a energia do chocolate!
A bonita Liliane Gräff Michelon, filha de Roque Ivan Gräff e Maria Bet Gräff, virou a própria mesa ao trocar o mercado financeiro pela produção de chocolates finos e artesanais. Hoje, a esposa de Felipe Michelon e mãe de Júlia e Lívia, comanda a Amendoeira Chocolaterie, que tem encantado expressiva parcela dos amantes dessa iguaria milenar. Nascida em Farroupilha e radicada caxiense, Liliane vibra motivada pelo doce fazer de seu dia a dia.
Qual sua melhor lembrança da infância e que paralelo faz com a de suas filhas? São os Natais em família, a expectativa dos presentes e de reencontrar pessoas queridas era incrível. Sou muito grata por ter tido a convivência com meus avós e ver minhas filhas vivenciando situações semelhantes aquelas que vivi me emociona muito.
Ao lado de quem gostaria de ter sentado na época da escola? De todos meus grandes amigos de hoje. Teria sido bem bacana observá-los ao meu lado desde sempre.
Traço marcante de sua personalidade? Bastante emotiva e valorizo muito o sentimento das pessoas.
Gostaria de ter sabido antes... ser diferente é bom. Não tente ser igual aos outros.
Teve algum marco importante que influenciou a trajetória? O curso que participei com o renomado chocolatier Diego Lozano, em São Paulo. Foi um momento decisivo para entender minha vocação.
Se tivesse vindo ao mundo com uma legenda, o que conteria nela? Pessoas felizes vivem mais e melhor. Quando falo sobre felicidade, não resgato sua memória aos bens materiais, jamais os conquistaremos se não formos pessoas alegres e de bem com a vida. Está relacionado ao estado de espírito em fazer o bem.
Um hábito que não abre mão? Um bom chimarrão! Meu dia não começa sem ele.
O que te inspira? O pilar da minha inspiração é o amor da minha família e tudo o que sinto por ela. Fazer o que amo, trabalhar em algo que realmente me inspira e me faça ir dormir no domingo torcendo para que a segunda-feira chegue logo, é algo que envolve autodescoberta e planejamento. Como diz o filósofo Clóvis de Barros Filho: “Viver mal é não entender o seu papel no universo, pois a vida começa a valer a pena de verdade quando a gente descobre o exato lugar que nascemos para ocupar.”
O que te motivou a empreender no setor dos chocolates? Ao longo dos meus estudos e pesquisa percebi o quanto poderia contribuir e agregar parta o setor em nossa região com uma proposta artesanal e com muita qualidade.
Como surgiu a sua paixão pelo chocolate? É uma iguaria apreciada há muitos séculos. Difícil encontrar quem não goste, como sempre tive afinidade com a gastronomia, o chocolate acabou me encontrando.
Como foi sua mudança da área financeira para a confeitaria? Sempre desejei empreender. Depois de trilhar minha carreira em três instituições financeiras distintas, decidi que era hora de seguir meu sonho como doceira.
Chocolate combina com: pessoas que amam a vida e que desejam sentir alegria.
Quem são os mestres na sua área? Meu mestre e inspirador é Octaaf Callebaut, neto de um fabricante de cerveja do pequeno vilarejo belga de Wieze que trabalhou secretamente em suas primeiras receitas de chocolate. Durante meses, o delicado perfume das amêndoas frescas de cacau torradas despertou a curiosidade de todos. Quando os produtores de cerveja provaram seu primeiro chocolate direto na concha misturadora, eles testemunharam o nascimento do autêntico chocolate belga da Callebaut. Pequenas lojas dos vilarejos próximos não tardaram a se apaixonar pelo novo chocolate. Essa notícia correu muito rápido e, segundo a história, nos anos seguintes o criativo Octaaf teve tempo de refinar e aperfeiçoar suas receitas. Elas não tardariam a inspirar os chocolatiers a criarem delícias maravilhosas, harmonizando-as a um sem fim de aromas e ingredientes.
O que mais te agrada em trabalhar com chocolate e por que escolheu esta profissão? O chocolate por si só é inebriante, junte a ele amor pela cozinha, muita paixão e dedicação temos um produto fantástico. É gratificante trazer alegria para as pessoas e receber um bom retorno do trabalho.
Quais as principais funções do chocolatier? Manipular o cacau, transformar e criar.
Quais os tipos de chocolates que desenvolve para a Amendoeira? O que há de mais moderno quando se trata de chocolate, que são as Barks para serem consumidas em um lindo piquenique, ou na recepção de amigos, os chocobomb que são a sensação desse inverno e logicamente que os clássicos bombons e as barras nunca deixam de ser os queridinhos. Dentro desse leque decidi selecionar matéria-prima de qualidade para criar e oferecer chocolates que tragam experiências e sensações especiais, por isso o chocolate da Bélgica foi a melhor escolha.
Qual a sua dica para quem deseja ser um especialista na área? Primeiramente gostar muito de gastronomia, estudar e procurar bons treinamentos para ampliar o conhecimento. Uma tarefa constantemente.
Ingrediente favorito: lindo falar sobre isso, pois além do cacau, amo a baunilha. Busco essa especiaria em uma linda fazenda, na Região Sul da Bahia, que se chama São José do Boqueirão e pertence a mesma família há mais de 150 anos. Uma das pioneiras no cultivo da baunilha no país.
Filme para assistir inúmeras vezes: A menina que roubava livros, dirigido por Brian Percival.
Quais músicas não saem da sua playlist? As que tocam o coração e as que provocam meus sorrisos.
Você tem fome de quê? compartilhar o conhecimento e evidenciar novos paladares.
Um talento que ninguém conhece: estudei muitos anos para ser freira, tive aula de canto, violão, etiqueta e todo ensinamento religioso do meu querido convento.
Uma mensagem aos leitores: cuide de sua saúde e cuide do seu corpo, alegre sua vida com um bom chocolate.
Qual a primeira coisa que fará quando a pandemia passar? Uma das coisas que mais amo: viajar, passear com a família e fazer turismo para curtir a vida.