Gilmar Marcílio
No primeiro século da era cristã, mais precisamente em 165, Roma foi assolada pela devastadora peste antonina. Até 180, o grande império padeceu sob essa epidemia, que provocou a morte de quase um terço da população, incluindo o grande Marco Aurélio, admirável estadista e filósofo, autor de um magnífico diário chamado “Meditações”. A origem dessa pandemia provavelmente foi na China. Ou seja, nada de novo sob o sol. A história se repete e o ser humano, em suas fragilidades físicas e psíquicas, é confrontado com algo do qual gostaria de se evadir. Provavelmente naquela época também existiram inúmeros negacionistas, como vemos agora. Pessoas pertencentes ao povo e governantes imbuídos de interesse na manutenção do poder passaram a viver em uma realidade paralela. Como entender um mandatário que traduz o que está diante de seus olhos com indiferença, deboche, quando não desprezo ? Caminhar em meio a essa triste situação, mantendo respeito e empatia, é a única maneira de se conduzir frente ao que está afetando o planeta inteiro.
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