As emendas da bancada gaúcha para o orçamento federal, versão 2025, incluíram apenas uma obra para a Serra Gaúcha, a ponte entre Nova Roma do Sul e Nova Pádua, que vai ficar com 8,3 milhões. Ao todo, as emendas da bancada irão destinar R$ 528 milhões em verbas do Orçamento 2025 do governo federal. Significa que 1,6% do total virá para a Serra. Não chega a ser surpresa, diante do histórico de pequeno retorno em obras e investimentos federais para a região. É outra evidência do baixo retorno para a mobilização da Serra em torno de suas demandas. Isso que, no momento, temos dois deputados federais. Onde estamos falhando?
As demandas da Serra Gaúcha precisam passar pela bancada gaúcha e contar com a força política dos deputados federais. Adquirem mais chance de receber recursos. Nas emendas de bancada deste ano, não há outras obras para a região além da ponte Nova Roma-Nova Pádua, que poderiam estar contempladas pela sua importância. Há um ano, foi assinada a ordem de início para a duplicação de 10 quilômetros da BR-285, em Ijuí, um vistoso contorno viário para esta cidade de 86 mil habitantes, obra prevista para três anos, com recursos da ordem de R$ 255 milhões e que prevê a construção de sete viadutos. À época, o ministro-chefe da Comunicação Social, Paulo Pimenta, deu a pista:
– São 10,4 quilômetros (de duplicação) num trecho estratégico para a logística do Estado. É obra priorizada pelo Governo Lula, incluída no PAC, mas que só foi possível graças à parceria com a bancada gaúcha, que destinou recursos para incrementar ainda mais a previsão orçamentária.
A duplicação da 285 em Ijuí voltou a estar contemplada nas emendas de bancada deste ano. Qual é o segredo? O critério é a obra ser estratégica para o desenvolvimento do Estado. Esse requisito não falta para várias demandas da Serra.
As emendas de bancada são apenas um dos canais de acesso a recursos do governo federal, mas o ministro Pimenta deixa claro que tem peso. Conseguiu-se a inclusão de uma ponte importante para a região, mas está faltando capacidade de convencimento à bancada gaúcha sobre a importância estratégica das demandas da região.
Há quem convença
Enquanto o contorno viário de Ijuí, com a duplicação de 10,4 quilômetros da 285 em três anos, com sete viadutos e recursos da ordem de R$ 255 milhões segue em frente, Caxias do Sul não consegue a duplicação de 900 metros do trecho urbano da 116. Ou um ou dois viadutos ao longo do trecho urbano. A ideia de um viaduto na Perimetral Norte com a BR foi pensada pela primeira vez em 2015, e desde então a cidade não conseguiu convencer o governo federal a destinar recursos para essa obra.
O que é que há com a nossa capacidade de mobilização, que não dá retorno?