Caxias do Sul realizou na terça-feira (26/11) sua 1ª Conferência Municipal do Meio Ambiente em ano de emergência climática, o que torna a discussão mais premente e necessária. O tema foi Emergência Climática: o Desafio da Transformação Ecológica, com a participação de cerca de 100 pessoas, informam os organizadores.
No encontro, foram definidas 10 propostas e eleitos 15 delegados para a Conferência Estadual do Meio Ambiente. O tema, as demandas e, mais do que isso, as exigências ambientais precisam ser intensa e exaustivamente discutidas na cidade.
O debate pontual, acerca de proposições e demandas técnicas e pontuais da área, deve seguir, e a conferência foi um espaço vital para isso acontecer. Que venham outras conferências.
Porém, a maior premência, em Caxias do Sul e na sociedade moderna, coloca como um imperativo inadiável construir uma consciência ambiental, hoje longínqua ou fragilizada. E, para isso, a principal ferramenta é a educação ambiental, que apareceu como um dos cinco eixos do debate na conferência e ganhou pelo menos duas das 10 propostas específicas.
A educação formal precisa obrigatoriamente contemplar a educação ambiental. “Incluir a educação ambiental como disciplina nas escolas desde o ensino básico, por meio de períodos obrigatórios ou de maneira transversal”, diz uma das propostas relacionadas. Precisa colocar em prática.
O tamanho do desafio
Outra proposta alinhavada no eixo “mitigação” à emergência climática dá uma ideia do tamanho do desafio ambiental. “Incentivar a criação de ‘zonas de carbono zero’ onde não seja permitida a entrada de veículos geradores de gases do efeito estufa, com locais de cortinamento vegetal, maior nível de arborização e hortas comunitárias, utilizando o espaço público de forma sustentável”, diz o texto.
A proposta é ótima. Mas quem está disposto a deixar o carro em casa? E o transporte coletivo, como vai? É preciso qualificá-lo. É tudo interligado. Como trabalhar e fazer desenvolver a consciência sobre áreas onde “não seja permitida a entrada de veículos geradores de gases do efeito-estufa” em uma cidade como Caxias do Sul?
Só com uma consciência ambiental muito desenvolvida. Mas vamos lá, avançar é preciso.
Nossas árvores e arroios
Sob o ponto de vista prático, a coluna explicita a preocupação com duas questões objetivas em Caxias do Sul: cortar menos árvores na cidade e atenção aos mananciais, carinhosamente conhecidos como arroios, porém distanciados da população. No primeiro caso, o próprio prefeito Adiló já havia deixado claro no final do ano passado, em um encontro do programa Fala, Caxias, no bairro Rio Branco, que "cortar árvore só em um último caso", ou caso extremo. Não tem sido assim. Corta-se mesmo quando o caso não é extremo. Sobre os arroios, o Tega, o Dal Bó, o Pinhal, o Belo, entre outros, eles são esquecidos da cidade, até mesmo canalizados e escondidos, e ainda não há controle sobre despejos de dejetos industriais.