O prefeito de Caxias do Sul, Adiló Didomenico, participará da COP28, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, em Dubai, nos Emirados Árabes. A representação caxiense também terá o diretor jurídico da Secretaria do Meio Ambiente (Semma), Daniel Caravantes. A participação se dará a convite da organização, que custeará passagens, hospedagens e alimentação. A COP28 realiza-se de 30 de novembro a 12 de dezembro. Adiló e Caravantes viajam na quarta-feira (29).
Caxias do Sul foi convidada para participar da COP28 devido à projeção em Brasília do Plano Municipal da Mata Atlântica (PMMA). A Fase I do projeto foi executada em 2012 e a Fase II ocorreu entre 2013 e 2016. Já a Fase III, que aborda biodiversidade, clima e sustentabilidade, está em fase de desenvolvimento pela Semma e terá relatório apreciado pelo Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Comdema) em reunião extraordinária na quarta-feira (29/11). Um dos programas do plano municipal de conservação e preservação da Mata Atlântica é o projeto do Monumento Natural Palanquinho, no distrito de Criúva. A iniciativa do município ganha visibilidade importante por inserir Caxias nos esforços de preservação da Mata Atlântica.
A participação de Caxias na COP28 ganha em evidência porque a cidade foi selecionada para participar do Grupo C40, das consideradas “grandes cidades globais para a liderança climática”, informa a prefeitura. No C40, estão capitais como São Paulo, Curitiba, Salvador e Rio de Janeiro. Essa participação permite a Caxias receber credenciamento para a chamada Blue Zone (Zona Azul), área de acesso restrito a lideranças governamentais dentro da COP28.
– Mais do que nos prepararmos, temos de ter cuidado com o meio ambiente, a natureza está dando um recado muito claro e forte – destaca Adiló.
A participação caxiense com o prefeito e o diretor da Semma permite inserir a cidade na discussão climática que tem centralidade internacional, proporcionando oportunidade valiosa de intercâmbio sobre o debate ambiental e de valorização da temática em âmbito municipal. O material de divulgação da prefeitura sobre a participação na COP menciona “uma oportunidade única para se conectar com outros líderes para alinhar, compartilhar e avançar com planos de ação, bem como buscar recursos para intervenções no município”. É uma grande e relevante oportunidade.
Desafios ambientais caxienses
Caxias do Sul participa da COP 28 a partir do programa de conservação da Mata Atlântica, mas tem desafios importantes na área ambiental. A cidade possui o seu Plano de Arborização Urbana, mas a cobertura vegetal é tímida – basta circular pelas ruas para notar – e com frequência ocorrem cortes que reduzem esse índice de arborização. A coluna cita o exemplo da Rua Garibaldi, onde uma fileira de árvores foi suprimida na frente do Cartório Eleitoral. A preservação do verde é central nos esforços planetários para conter o aquecimento global.
Cuidar dos mananciais
Outro desafio importante é cuidar dos mananciais que cortam a cidade. Se é verdade que Caxias do Sul tem destaque importante no tratamento de esgoto doméstico para retirada da carga orgânica dos arroios, eles são alvo de lançamento direto de dejetos industrias, em especial o Dal Bó e o Tega, bem como do lançamento direto de lixo pelas população.
Com frequência, a espuma e o lixo tomam conta do leito e das margens, bem como a coloração da água não é a natural. O cenário dos arroios evidencia descuido com eles – um descuido silencioso, pois parecem esquecidos da população.
Com Lula e outros líderes mundiais
O prefeito Adiló estará na companhia de líderes mundiais, entre eles o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que confirmou participação na COP28. Ele deve estar acompanhado de 15 ministros. A transição energética para fontes mais limpas e sustentáveis e os esforços para limitar o aquecimento global são pautas centrais da COP28.
Lula irá defender uma proposta de financiamento global para países que preservarem florestas. Em maio passado, a ONU confirmou Belém, no Pará, como sede da COP30, em 2025.