O feriado de Finados e o tempo bom estimularam a presença de participantes no ato chamado para a região do 3º Grupo de Artilharia Antiaérea (3º GAAAe), em apoio ao presidente Jair Bolsonaro e em repúdio à eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O principal pedido expresso em cartazes era intervenção militar. Alguns cartazes pediam “intervenção federal” endereçado às Forças Armadas, o que configura a intervenção militar (foto).
Porém, está havendo alguma confusão sobre o caminho a seguir. Na terça-feira, o presidente Jair Bolsonaro fez seu primeiro pronunciamento após a eleição, deixou evidenciado que reconheceu o resultado das urnas e disse que “manifestações pacíficas serão bem-vindas, mas nossos métodos não podem ser os da esquerda”, e desautorizou “o cerceamento do direito de ir e vir” acarretado pelos bloqueios de rodovias. No entanto, no ato desta quarta-feira na frente do 3º GAAAe, pela tarde, lideranças do movimento incentivaram apoiadores a se dirigir para os “pontos de bloqueio”:
– Nosso foco tem de ser nos pontos de bloqueio. Não adianta a gente ir para outros pontos, ninguém vai criar ponto novo. Os caminhoneiros já escolheram (os pontos), eles conhecem muito de logística eles sabem quais são os pontos que afetam o deslocamento, a movimentação de carga. É nesses pontos que nós temos que reforçar eles – foi dito em um dos discursos.
O entendimento de quem defende essa posição é que é a única forma de serem ouvidos. Porém, essa orientação conflita diretamente com a orientação do presidente Bolsonaro, em seu primeiro pronunciamento e em mensagem de áudio postada em seu Twitter na noite desta quarta-feira. É uma das divisões que está presente no movimento.
A manifestação, que se prolongou durante todo o dia na frente do quartel, seguiu à noite.