Aos gritos de "eu autorizo", "nossa bandeira jamais será vermelha" e "Lula ladrão", manifestantes se reúnem em frente à sede ao quartel do Exército de Caxias do Sul durante toda essa quarta-feira (2), feriado de Finados. Com bandeiras do Brasil e vestidos com as cores do país, eles demonstram apoio ao governo Jair Bolsonaro (PL) e manifestam repúdio à eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Alguns pedem, com cartazes, a intervenção militar, renúncia do Supremo Tribunal Federal e "intervenção federal".
A secretaria municipal de Trânsito, Transportes e Mobilidade (SMTTM) bloqueou a a passagem de veículos na Rua Tronca, entre a Visconde de Taunay e a Avenida Rio Branco. O tráfego também é interrompido entre as ruas Olavo Bilac e Sarmento Leite. Dois caminhões estacionados em meio aos manifestantes realizam buzinaço e uma bandeira de cerca de cinco metros passeia sob os manifestantes. Dois guindantes que carregam bandeiras Brasil também estão no local que tem muito buzinaço e também foguetes.
A manifestação reúne todos os públicos, muitas crianças e também idosos participam do ato. O protesto se concentra em frente ao quartel e causa muito engarrafamento para a chegada dos manifestantes que se dirigem em veículos até o local. O trânsito está engarrafado na Avenida Rio Branco.
Em meio à multidão muitas famílias como a do representante comercial Peter, 39 anos, que junto da esposa Kyrian Loeser, 34, levou as filhas Yas, 6, e Isadora, de um ano e oito meses, à manifestação. Para Kyrian, o futuro das filhas motivou a ida ao protesto.
— A gente não aceita corrupção, é o futuro do nosso país que está em jogo, não tem condições de deixarmos um ex-presidiário tomar conta do poder, isso não existe em lugar nenhum do mundo e pelo futuro das crianças precisamos lutar para que isso não aconteça—comentou a fisioterapeuta.
O marido fez coro e ainda questionou o resultados das urnas que elegeram Lula como próximo presidente.
— Alguma coisa tem de errado, a gente não acredita que haja todo esse povo lutando nas ruas para que o Brasil seja um país melhor e nas urnas parece que é diferente, então alguma coisa tem de errado — afirmou Loeser que ainda não acredita que Lula assumirá em janeiro de 2023.
A manifestação seguiu pela tarde no mesmo formato da manhã: o grupo cantava o hino nacional, orava e pedia "intervenção federal". No centro das manifestações, caminhões com caixas de som também viraram palanque para lideranças da organização se manifestarem. Entre os pedidos deles estava o de seguir com os bloqueios nas rodovias da Serra. Em outros momentos, foguetes eram lançados e os caminhões buzinavam sem parar. Do outro lado, soldados do exército apenas observavam tudo, sem reações.
No cruzamento da Rio Branco com a Rua Olavo Bilac, muitos carros também passavam e buzinavam para os manifestantes que ficaram por ali. Com a manifestação esse trecho da Avenida permaneceu trancado, bem como a quadra da Rua Tronca que faz ligação com a Rio Branco.
Até 17h, o tamanho do grupo permanecia o mesmo. Mas, muitos apoiadores circulavam, com alguns chegando e outros indo embora. A partir do final da tarde, muitos manifestantes deixaram o local. Os que ficaram seguiram ouvindo o hino e fazendo suas manifestações.
O ato desta quarta-feira (2) foi acompanhado pela Brigada Militar, Guarda Municipal e agentes da SMTTM. Nenhum incidente foi registrado.
Em Bento Gonçalves, um grupo de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro se manifestou em frente ao 6º Batalhão de Comunicações do Exército. Por isso, parte da Avenida São Roque foi interditada. Os motoristas precisaram usar vias alternativas. Alguns manifestantes carregavam cartazes pedindo intervenção federal.