Lideranças da Serra Gaúcha se reuniram na última segunda-feira (04) na Associação Comercial e Industrial de Nova Petrópolis (Acinp), para tratar da situação da BR-116. O encontro analisou os grandes prejuízos causados aos setores de turismo e gastronomia da Região das Hortênsias pelos constantes fechamentos da rodovia nos últimos tempos, e começou a traçar alternativas para melhorar o tráfego pela via.
A partir dessa primeira reunião, vai ser criado um grupo de trabalho para acompanhar a situação da rodovia, que está novamente bloqueada entre os quilômetros 176 e 181 até a próxima terça-feira (12). No local, que nos últimos meses tem tráfego no sistema pare e siga, estão sendo feitas obras para recuperação da pista e da encosta, que foram atingidas por deslizamentos em junho de 2023.
Neander Port, presidente da Acinp, revela que o objetivo é ir muito além do acompanhamento da recuperação atual. Além de cobrar agilidade no trabalho, o grupo de trabalho quer estruturar medidas de curto, médio e longo prazo junto com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), e que signifiquem uma melhoria palpável para a rodovia, prevenindo novas ocorrências. Além disso, obras de grande porte e a projeção de vias alternativas também serão buscadas.
— Por exemplo, normalmente vemos as calhas do escoamento pluvial sempre sujas. Isso acaba indo para as tubulações, que no fim estouraram. Então precisamos dessa manutenção preventiva mais efetiva, e também de um monitoramento de áreas de possível desabamento. Isso é a ação de curtíssimo prazo, eu diria até imediata. Ainda a curto prazo, a gente enxerga uma rota alternativa, que a mais viável seria pelo Arroio Paixão — argumenta Port.
A prioridade agora é estruturar o grupo de trabalho, aprofundar os contatos com o Dnit e buscar agendas em Brasília, especialmente com o Ministério dos Transportes. Para Port, somente com uma união ampla da região e um bom embasamento técnico será possível sonhar com coisas maiores, como uma duplicação da BR:
— Temos que continuar reivindicando, pois não é só entregar essa reforma e nos deixar abandonados de novo. Nós temos o exemplo da Serra do Cafezal, no trecho da BR-116 que liga São Paulo a Curitiba. Lá você vê que há uma pista mais antiga, que circula a montanha, e ao lado a ampliação, que está sobre viadutos, assim como a Rota do Sol. Então, viabilidade técnica tem, é só ter o interesse de dar mais atenção para a nossa região.
O Dnit não esteve presente no encontro, mas segundo Port, o superintendente regional do órgão, Hiratan Pinheiro da Silva, fez contato telefônico, e argumentou que tinha outro compromisso já agendado. Mesmo assim, ele considera que o evento foi muito positivo, pois já iniciou a mobilização da Serra como um todo. Além de empresários e entidades regionais, os prefeitos de Nova Petrópolis, Jorge Wolf, e Gramado, Nestor Tissot, estiveram presentes, assim como a vice-prefeita de Caxias, Paula Ioris. O deputado Elton Weber também compareceu, além de representantes de outros parlamentares.