Com o 16º Mississippi Delta Blues Festival (MDBF) já marcado para os dias 20, 21 e 22 de novembro do ano que vem, a organização está em um momento de avaliação da edição 2024, concluída no fim de semana passado. Pelas novidades que trouxe, a experiência deste último evento será fundamental para o futuro, já que muitas possibilidades e perspectivas foram abertas.
Pela primeira vez o festival foi realizado no Centro de Caxias, depois de passar pela Estação Férrea e pelo Parque de Eventos da Festa da Uva. A nova locação proporcionou uma ligação maior com a população, mas também trouxe alguns transtornos em relação ao trânsito e à adequação de espaços. Esta estrutura mais restrita influenciou na participação do público, tanto que a edição 2024 reuniu cerca de 4,5 mil pessoas. Por outro lado, no passado chegou-se a públicos de 10 mil pessoas.
Os números menores, porém, não são uma questão que preocupe o idealizador do MDBF, Toyo Bagoso. Ele vê potencial para retomar um evento maior, e diz que as circunstâncias que envolveram a preparação da edição 2024, cujo local foi decidido com apenas um mês de antecedência, foram determinantes para o público menor. A venda de ingressos acabou sendo limitada pela estrutura, já que havia um temor de que o espaço ficasse apertado.
Satisfeito com o evento realizado na última semana, que funcionou como uma espécie de laboratório, ele entende que a fórmula funcionou, validando a ideia de execução do festival no Centro, algo que era pensado somente para o futuro. O organizador também ressalta os variados aprendizados, especialmente a necessidade de redimensionar a estrutura. E entre as lições positivas, e que precisam ser ampliadas, está a abertura de atrações para a população em geral, como ocorreu na Praça Dante Alighieri.
– A ideia de colocar palcos gratuitos na rua teve pouca adesão nos primeiros dias, mas no sábado, na “casinha”, já tinha um público legal. A gente tem que manter essa opção na proximidade do evento, e para o ano que vem ter mais ações do que teve neste ano – aponta Toyo.
O uso de outros espaços dentro do clube Juvenil e nos arredores é uma das cogitações. Além da Praça Dante, Toyo cita a calçada do Magnabosco, a Casa da Cultura e o Pátio Eberle como opções. Ele também acredita que a realização do evento no Centro pode auxiliar na criação de um clima de envolvimento maior com o festival, a exemplo do que acontece nos Estados Unidos, onde cidades que recebem eventos semelhantes acabam criando uma ampla programação paralela, que complementa a agenda oficial. Formas para mitigar os prejuízos ao trânsito também precisam ser analisados.
Apesar de o local para a edição 2025 ainda não estar confirmado, os planos citados não deixam dúvida de que a organização trabalha com a perspectiva de realizar o evento novamente no Centro. Toyo confirma essa intenção, mas pondera que ainda são necessários mais debates:
– É a ideia, sim (evento no Centro), mas a ideia era fazer na Festa da Uva até o fim de outubro e depois não aconteceu. Então a gente vai divulgar datas, mas com local a definir, porque depende de muitas variáveis. A gente tem que escutar as pessoas, o poder público e o trânsito, pois a gente ainda não teve essas conversas para entender melhor, mas da nossa parte foi sensacional, foi maravilhoso. Então a gente tem que conversar para entender o que melhorar. É uma construção.