Mesmo se arriscando a ouvir críticas e cobranças públicas, o governador Eduardo Leite não tem se privado em defender junto a empresários, a necessidade do aumento do ICMS ou do plano B, que é o corte de incentivos fiscais. E foi assim durante a reunião deste domingo (03) durante o Ideias na Mesa, da ACIC Carazinho.
Após o pronunciamento do presidente da entidade, Júlio Piva, pedindo para que o governo revise a medida e busque alternativas diferentes para equacionar as contas públicas, o governador fez uma longa explanação tentando comprovar através de números, a necessidade do aumento da conta para os setores produtivos do Estado. Disse ser injusto ele pagar o preço como o governador que aumenta impostos.
- Parece até que como governador sou um tarado por impostos - declarou garantindo que no seu governo houve uma redução da carga tributária. Quanto ao decreto que corta benefícios fiscais para 64 setores da economia e que entra em vigor a partir de abril, o governador anunciou que dentro de duas semanas devem ser divulgadas novas medidas com a revisão do decreto atual.
Pagamento da dívida
Em relação à possibilidade de uma suspensão coletiva do pagamento da dívida com a União pelos estados do Sul e Sudeste, o governador declarou a esta coluna que os Estados continuam apostando no diálogo com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
- Ninguém está defendendo a suspensão do pagamento, mas precisamos avançar de forma efetiva nas alteração das regras dos contratos. O bom diálogo até aqui precisa se traduzir em ações concretas - afirmou.
Promessa
Durante a reunião com as lideranças empresariais em Carazinho, o governador também recebeu novamente o pedido para que reveja o local da instalação do Presídio de Passo Fundo, previsto para ser construído na BR-285. De acordo com documento entregue ainda em agosto do ano passado, o local é inadequado para instalação de uma casa prisional.
Desde agosto do ano passado, quando recebeu o documento pela primeira vez, o governador afirmou estar analisando a demanda e retomando a discussão. No domingo, sete meses depois, repetiu a mesma promessa:
- Vou reabrir esta discussão para entender se há outra alternativa. Se há um apelo da comunidade, até que haja efetivamente o início definitivo das obras, ainda é momento de encontrarmos a melhor solução que atenda os interesses não só de Carazinho, mas de todo o Estado - garantiu.
Frentão
Antes de se reunir com os empresários, o governador Eduardo Leite participou de um encontro do PSDB em Carazinho, que se transformou no pré-lançamento da candidatura à prefeito do ex-vereador João Pedro Azevedo. No encontro, além de lideranças do partido, como Mateus Wesp e a deputada Nadine Anflor, também estiveram presentes lideranças de partidos que farão parte do “frentão” da oposição no município, como a vice-prefeita Valéska Walber, recém-filiada ao Republicanos, e a ex-senadora Ana Amélia Lemos, do PSD.
Impeachment
Os deputados Márcio Biolchi (MDB), Luciano Azevedo (PSD) e Ronaldo Nogueira (Republicanos) vem sendo cobrados por setores mais alinhados à direita por não terem assinado o pedido de impeachment do presidente Lula.
O deputado Luciano Azevedo não quis se pronunciar sobre o assunto. O deputado Ronaldo justificou sua posição, afirmando que o pedido não se ampara constitucionalmente. Para Márcio, um eleitor não querer Lula presidente é legítimo, mas um deputado falar em impeachment por causa de uma frase equivocada é uma irresponsabilidade. “O eleitor é vítima desse processo. O autor é a classe política que vem provocando uma guerra para se sustentar nos seus mandatos, e infelizmente algumas pessoas não percebem isso”, justificou o deputado que participou neste domingo da inauguração das obras do Hospital de Clínicas de Carazinho, com recursos R$5,1 viabilizados pelo deputado.
Ato político
Para os candidatos de direita da região que irão disputar alguma vaga nas eleições municipais, todos os caminhos levam à Não-Me-Toque nesta terça-feira (5). A presença do ex-presidente Jair Bolsonaro no segundo dia da Expodireto Cotrijal deve transformar a feira em um grande ato político.
Cientes da força que tem uma foto ao lado do ex-presidente em um “santinho digital” nas redes sociais, futuros candidatos que irão concorrer por partidos de direita em todo o Estado devem se digladiar para chegar próximos à Bolsonaro. A maratona já deve iniciar no Aeroporto Lauro Kortz, em Passo Fundo, onde a comitiva irá aterrissar. Porém, não será uma tarefa fácil, já que mesmo em território amigo, como é o agronegócio, o ex-presidente deve estar acompanhado de um forte esquema de segurança.
A propósito: a presença de Bolsonaro na Expodireto Cotrijal acontece com pelo menos dois anos de atraso, já que foi convidado para a feira em todas as edições quando ainda era presidente.
Da mesma forma, o governo Lula, poderia dar uma demonstração de valorização do agro, enviando além do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, também o vice-presidente, Geraldo Alckmin, que acumula o cargo de ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Seria um bom momento para o governo federal homenagear o setor responsável pela alta do PIB do país em 2023.