Por Nadja Hartmann, jornalista
Diante de uma forte expectativa de quebrar todos os recordes do ano passado, inclusive na comercialização que em 2023 chegou a R$ 6,3 bilhões, a Expodireto Cotrijal foi destaque na sessão da última terça-feira (27) na Câmara dos Deputados, quando o deputado Luciano Azevedo (PSD) utilizou de seu tempo para enfatizar a importância da feira, que começa na próxima segunda-feira (4) em Não-Me-Toque.
— A Expodireto Cotrijal marca um dos maiores momentos do agronegócio do Brasil e do mundo e reúne as mais importantes lideranças do setor — afirmou o deputado.
Já conhecida como um palco de reivindicações do agronegócio, o período da feira sempre vem com a expectativa de anúncios importantes para o setor.
Expectativa
Às vésperas do início de uma nova edição, essa expectativa ficou ainda maior após o anúncio do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, garantindo que ainda no mês de março serão anunciadas medidas de auxílio a setores do agro.
Segundo o ministro, o presidente Lula o orientou a construir alternativas para evitar recuperações judiciais e inadimplência. Citou como possíveis beneficiados, a pecuária de corte e os produtores de soja e milho. A torcida é que as boas notícias possam ser anunciadas pessoalmente pelo ministro no palco da abertura da feira, na próxima segunda-feira (4). Sem dúvida, seria iniciar mais uma edição com o “pé direito”...
A propósito, considerado como um termômetro para as vendas da Expodireto Cotrijal, o Show Rural Coopavel, realizado de 5 a 9 de fevereiro, em Cascavel (PR), superou em 22% a comercialização do ano passado.
Repercussão
A sessão da última segunda-feira (26) da Câmara de Passo Fundo foi tão inusitada que acabou pautando, em grande parte, a sessão desta quarta-feira (28), que se transformou praticamente em uma continuidade da sessão anterior, marcada por duas cenas, no mínimo, lamentáveis: uma discussão com gritaria e dedo na cara e um vereador escovando os dentes no plenário.
Diante dos episódios, muitos vereadores demonstraram preocupação com a imagem do Legislativo e se pronunciaram pedindo por respeito. Mesmo assim, um dos vereadores envolvidos na discussão da sessão anterior, Renato Tiecher (Podemos), tentou um segundo round, o que obrigou o presidente Saul Spinelli (PSB) a subir o tom, exigindo respeito ao Regimento Interno.
— A Câmara não é a escolinha do professor Raimundo e eu não sou o Raimundo — afirmou o presidente da Mesa Diretora...
Precedente
O projeto do Executivo que irá tratar da proposta de reajuste dos servidores municipais ainda não chegou na Câmara, mas os vereadores abriram um importante precedente ao aprovarem por unanimidade um projeto da Mesa Diretora de aumento salarial dos padrões iniciais dos servidores do Legislativo.
A votação foi acompanhada de perto por dirigentes do Simpasso, que já estão em negociação com o Executivo para garantir no mínimo 12% de reajuste ao funcionalismo.
Apesar dos vereadores da base que votaram favoráveis ao projeto já se defenderem, afirmando que “uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa”, não restam dúvidas que a votação de quarta-feira (28) virá à tona caso esses mesmos vereadores se oponham à reivindicação de reajuste dos servidores do Executivo. É esperar para ver...
Vetos
Porém, o próximo embate entre Executivo e Legislativo pode acontecer antes mesmo da discussão sobre o reajuste do funcionalismo. O vereador Rodinei Candeia (Republicanos), líder da oposição, apresentou nesta semana um relatório pelo não acatamento do veto do prefeito Pedro Almeida a oito emendas impositivas dos vereadores ao orçamento.
Segundo os argumentos do vereador, “as motivações do chefe do Executivo para impor o veto às emendas em análise estão restritas à questões de ordem técnica”. Isso significa, de acordo com ele, que podem ser sanadas facilmente, não representando motivo suficiente para o veto.
Além do entendimento jurídico, está a questão política, já que alguns vereadores da base garantiram que se as emendas que beneficiam a Apae e outras entidades beneficentes fossem vetadas, eles derrubariam o veto. Do total de R$ 11,4 milhões em emendas, os oito vetos representam R$ 752 mil.
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