Membros do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) realizam uma força-tarefa contra a dengue em Tenente Portela nesta quinta-feira (22). O grupo de trabalho está reunido com diferentes secretarias e agentes de saúde para buscar estratégias de combate à infestação do mosquito e disseminação da doença.
O município registra três mortes por dengue além de 1.982 casos confirmados de transmissão do Aedes aegypti, conforme levantamento municipal. Nos dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES), são 1.278 casos confirmados. Desde a última semana, equipes da prefeitura aplicam inseticidas dentro das residências.
— Uma situação epidêmica de dengue é difícil, não temos uma solução milagrosa. O mosquito se procria em todas as localidades. Mas viemos somar esforços para sermos mais assertivos no combate e tentar reduzir o número de casos — afirma o diretor adjunto do Cevs, Marcelo Vallandro.
De acordo com o prefeito de Tenente Portela, Rosemar Antonio Sala, o município de 14,5 mil habitantes tem tido entre 60 e 70 novos diagnósticos por dia. Os agentes do Cevs permanecem na cidade durante a manhã desta quinta-feira e, à tarde, partem para Redentora, onde se encontrarão com prefeitos, secretários, gestores de saúde e lideranças indígenas para a apresentação de um plano de contingência e as competências de cada esfera governamental.
Na quarta-feira (21), o prefeito esteve acompanhado de lideranças regionais em audiência com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, e a secretária de Vigilância em Saúde, Ethel Leonor. No encontro, os representantes do governo federal avaliaram a possibilidade do envio de vacinas à cidade.
Contudo, o Ministério da Saúde afirmou que é impossível alterar os protocolos atuais, que definem que o RS está fora da lista de estados que receberão vacina contra a dengue, neste primeiro momento. Por isso, o município não deve receber doses do imunizante.
Sem previsão de vacina
De acordo com o prefeito, a reunião terminou com o compromisso de o município ser incluído em uma lista prioritária para receber doses da vacina no futuro. No entanto, não há previsão de quando isso deve acontecer.
— Tem pouca vacina, só será possível imunizar 3 milhões de brasileiros em um período de oito meses, praticamente até o final do ano. Os locais que receberão as doses foram definidos através de um estudo que mostrou quais cidades e regiões que mais tiveram infestação de dengue nos últimos 10 anos — pontuou Sala.
Enquanto a vacina não chega, Tenente Portela distribui repelentes às equipes de saúde, aplica inseticidas e orienta a população a eliminar qualquer foco de água parada que possa servir como criadouro do mosquito.