A vacina contra a dengue desenvolvida pelo Instituto Butantan está atualmente em fase de testes e já teve sua eficácia comprovada. De acordo com o virologista Maurício Lacerda Nogueira, um dos coordenadores da pesquisa, ainda é preciso resolver questões regulatórias, que devem ser definidas com o Instituto e com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A previsão para a vacina brasileira contra dengue ficar disponível para a população é entre 2025 e 2026.
— Independente da vacina do Butantan ou a vacina que esteja disponível no momento, uma epidemia de dengue não vai ser resolvida com uma vacina agora. Nós temos outros problemas para verificar. Mesmo que tivéssemos vacina para o Brasil inteiro, demora de três a quatro meses para vacinar e, até isso, a epidemia já teria acabado — disse o especialista em entrevista à Rádio Gaúcha, na manhã desta quinta-feira (15).
O especialista explicou que as epidemias de dengue costumam aparecer a cada três ou quatro anos e, a cada vez, o número de casos graves aumenta.
Para Nogueira, as vacinas do Butantan e da Takeda, esta última atualmente sendo utilizada para imunização em algumas cidades do Brasil e disponível na rede privada, só vão estar amplamente disponíveis para a população em 2025 ou 2026.
No programa Gaúcha Atualidade, Nogueira falou, ainda, sobre a diferença entre as duas vacinas. Segundo o virologista, tanto a do Butantan quanto a da Takeda, são feitas com vírus vivo. O imunizante brasileiro, porém, por ser mais potente, funcionaria apenas com uma dose. O especialista também detalhou a questão da faixa etária recomendada para ser imunizado, uma vez que a vacina da farmacêutica japonesa é para pessoas entre quatro e 60 anos.
— A primeira análise é feita em adultos e, principalmente, no caso do Butantan, crianças, porque seria a fase ideal de se vacinar. Mas, com certeza, o Butantan já está na segunda etapa, preparando estudos que mostrem que a vacina também seja eficiente em idosos. Tem que ver a perspectiva a longo prazo dessa vacina, que vai ser utilizada em mais jovens para que a pessoa chegue na idade adulta e na melhor idade já protegida — afirmou.
Confira a entrevista na íntegra: