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A polêmica envolvendo a decisão de soltar um dos bandidos mais perigosos do país expõe, novamente, os perigos da fissura que divide o Supremo Tribunal Federal (STF). Embasado na lei que manda renovar as prisões preventivas a cada 90 dias, o ministro Marco Aurélio Mello determinou que um líder da principal organização criminosa do país ganhasse liberdade. Imediatamente, a decisão foi cassada pelo presidente da corte, ministro Luiz Fux. Divergências são naturais e saudáveis em um tribunal, mas a forma como a Suprema Corte brasileira reiteradamente lida com elas, não. A falta de civilidade e de espírito público na relação entre alguns de seus integrantes se constitui em exemplo negativo em um momento em que a cena pública nacional está contaminada pela radicalização. Enfrentamentos públicos, com expressões que mais remetem a um bate-boca de boteco, são inaceitáveis na ordem democrática e na conduta esperada de integrantes do mais importante tribunal do país.
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