Por Coronel Marcos Paulo Beck, presidente da Associação dos Oficiais da BM
Priorizar a segurança dos que promovem a segurança pública, policiais militares estaduais e civis, deveria ser o básico das ações planejadas para enfrentar a insegurança. São muitas organizações criminosas atuando. São atividades ilegais e algumas guerreando entre si na busca de fortalecimento e mais dinheiro sujo. E as polícias, que deveriam ter a seu dispor as ferramentas e os equipamentos que auxiliem no combate ao crime organizado, estão perdendo a guerra.
O Rio Grande do Sul não se difere dos grandes centros urbanos do país. Tem alto índice de criminalidade. Mas, agora, nessa guerra inglória estamos perdendo vidas e policiais. Nos últimos quatro anos, foram 38 mortes entre policiais militares e civis. Os brigadianos são ampla maioria. Neste período, foram 34 militares mortos, sendo 11 em serviço e 23 em folga e quatro policiais civis. Mas, o soldado Fabiano Lunkes, de 34 anos, morreu, em abril, após um tiro de fuzil perfurar o colete que usava.
Enquanto criminosos atuam com armas de maior potencial destrutivo, que atingem alvos a distância, perfuram paredes, armamentos que deveriam ser, portanto, restritos ao Estado e suas forças de segurança, os policiais, durante o combate, quando usam coletes à prova de bala, esses estão vencidos, sem tecnologia adequada e em viaturas não blindadas. Sendo que por Lei, os governos devem equipar os policiais com escudos, capacetes, coletes e veículos à prova de bala.
Combater este tipo de criminalidade é um desafio para o estado, visto que estamos vivendo uma verdadeira guerra urbana e social contra a marginalidade que cresce assustadoramente. O estado tem se mostrado ineficiente para resolver o problema. Ações e programas dos governos surgem na tentativa de conter o avanço da violência, porém sem atingir os seus reais objetivos.
A segurança pública não pode surfar apenas na onda da tecnologia, sem proteger os combatentes. E o custo? É muito menor que os ganhos da sociedade com uma polícia mais preparada para enfrentar uma criminalidade crescente que tanto incomoda a todos.