Por Gabriela Ferreira, líder de Impacto Social do Tecnopuc e diretora técnica da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec)
Indústria 4.0 é um termo usado para caracterizar o conjunto das principais inovações de automação, controle e tecnologia da informação, aplicadas ao contexto da manufatura. Nesse cenário, em que os processos de produção tendem a se tornar cada vez mais autônomos, a indústria adota sistemas ciberfísicos, internet das coisas e interfaces homem-máquina para inovar e aumentar a produtividade. Impulsionado pelos investimentos em TI, que, segundo a Gartner, superarão os US$ 3 trilhões em 2019, esse modelo tem por objetivo aumentar a eficiência e a competitividade. E é essa expectativa de 86% dos fabricantes, de acordo com recente pesquisa mundial realizada pela Pricewaterhouse Coopers, que esperam ver reduções de custo e ganhos de receita como resultado dos esforços de digitalização.
No Brasil, dados da KPMG apontam que os gestores começam a se preocupar, inclusive, com os riscos desse nível de automação, buscando práticas que permitam às empresas recuperar o controle sobre seus ativos de tecnologia, processos e pessoas. No entanto, segundo pesquisa da agência Desenvolve São Paulo divulgada este mês, em que 61% dos empresários se consideram inovadores, 41% ainda acreditam que inovação é sinônimo somente de adoção de tecnologia, criação de novos produtos ou melhoria dos já existentes.
Mas parece que o cenário não é totalmente mecanicista. Parte dos investimentos em TI, mais de US$ 180 bilhões em 2019, serão direcionados para Business Intelligence e Business Analytics, ferramentas de suporte às decisões das pessoas nas empresas. Para especialistas, isso caracteriza uma tendência de empoderamento dos indivíduos no âmbito profissional, já que eles têm condições de tomada de decisão mais segura, nos diferentes níveis corporativos, a partir dos dados gerados por esses sistemas. Isso cria uma nova geração de usuários de tecnologia nas organizações.
John Naisbitt já disse que os avanços mais emocionantes do século 21 ocorrerão não por causa da tecnologia, mas pela expansão do conceito do que significa ser humano. Vamos usar nosso maior potencial e evoluir nossa mentalidade?