O modelo extrativista de governança e gestão pública, subordinado aos interesses das corporações, está corrompido e esgotado. Este Estado interventor, com serviços públicos de péssima qualidade, é maior que a capacidade da sociedade de suportá-lo, exige mudanças, mas a questão é: como fazê-las? Para que as reformas ocorram, são fundamentais estadistas compromissados com a sociedade acima dos seus interesses pessoais, corporativos e de ideologias anacrônicas. É mandatório selecionar políticos que possam contribuir para as mudanças necessárias e excluir aqueles com o "prazo de validade vencido" (o que não está associado à idade ou ao tempo de vida pública, mas ao perfil de patrimonialismo clientelista e corporativista de narrativa populista).
Especial atenção deve ser dada ao Legislativo, que tem obstaculizado as mudanças, sujeitando-as a negociatas ou a demandas clientelistas populistas ou corporativistas. Entidades sociais inclusivistas, que visam aos interesses maiores da sociedade e exercem a cidadania política, começam a se mobilizar no apoio a atores qualificados para superar a crise e excluir definitivamente os de "prazo de validade vencido", caracterizados por discursos fáceis que visam garantir sua sobrevivência e por votarem a favor dos seus interesses eleitoreiros ou das corporações que os sustentam. São políticos com posições "gelatinosas", despreparados para formular e propor, focados em atender às demandas dos seus cabos eleitorais ou, então, em utilizar figuras do passado para justificar suas posições do presente. Os políticos de "prazo de validade vencido" não defendem uma agenda de Estado, mas interesses de um sistema partidário descaracterizado, recheado de discursos e promessas ilusórias. Um exemplo desta situação é o que o RS está vivendo, em que deputados com "prazo de validade vencido" têm prejudicado as iniciativas do Executivo e de deputados conscientes dos interesses da sociedade gaúcha.
O Brasil e o RS precisam eleger políticos capazes de conduzir reformas que objetivem um Estado moderno, voltado, em especial, aos mais necessitados, e que se sobreponham às corporações e à corrupção. Urge, portanto, evitarmos eleger aqueles que têm "prazo de validade vencido" e valorizarmos aqueles que lutam pelo nosso Rio Grande. Qualificar a Assembleia Legislativa é um fator crítico de sucesso para o RS ser um Estado de vanguarda, como já foi no passado. A próxima eleição é a oportunidade de retirar de cena os deputados com "prazo de validade vencido" e de eleger, de forma suprapartidária, políticos qualificados, com um "selo de qualidade" para liderar as mudanças necessárias para o RS e o Brasil.