José Galló, empresário e membro do Conselho Editorial da RBS
Em alguns momentos, a pergunta do título desta coluna surge: para que lado político o Grupo RBS torce?
Durante o governo Bolsonaro, houve gente que disse: a RBS é de esquerda. Agora, desde que o governo Lula assumiu, ouvimos pessoas dizendo: a RBS é de direita. Aliás, isso aconteceu durante os mandatos anteriores de Lula e Dilma. Há momentos em que empresa é considerada de um lado, e momentos em que é considerada de outro.
A missão da RBS é apurar o que aconteceu, relatar com o máximo de precisão o que ocorreu, chegar o mais próximo possível da verdade, permitir que diferentes fontes se expressem
A verdade é: a RBS não é nem de direita, nem de esquerda. Ao fazer jornalismo profissional, esforça-se ao máximo para relatar os fatos como eles são. Fala o que precisa ser dito. Há coisas boas e outras não tão boas, na esquerda e na direita. E a RBS busca a realidade e a relata em suas reportagens, notícias e matérias.
Quando um colunista ou comentarista (como Juliana Bublitz, Rosane de Oliveira, Fabrício Carpinejar, somente para citar três nomes) produz um conteúdo, ele tem liberdade para expressar o seu ponto de vista, a sua opinião. Isso é diferente das reportagens e notícias, nas quais não há opinião, só relato do que aconteceu. Os colunistas e comentaristas devem fazer isso com liberdade, mas baseados em dados e fatos, e sempre com muita responsabilidade e sabedores do impacto de seu trabalho. E isso pode significar ora elogiar, ora criticar o governo. Ninguém da direção da empresa telefona para um colunista ou comentarista sugerindo que ele opine assim ou assado. Essa liberdade para que expressem o que pensam, sempre com responsabilidade, está prevista nas normas da empresa.
A missão da RBS não é ser de direita ou de esquerda. A missão da RBS é apurar o que aconteceu, relatar com o máximo de precisão o que ocorreu, chegar o mais próximo possível da verdade, permitir que diferentes fontes se expressem.
Compreende-se, no mundo polarizado em que vivemos, que as pessoas muitas vezes tenham necessidade de rotular, a partir do seu ponto de vista, que uma empresa de comunicação torce para cá ou para lá. Há sempre muita emoção, a partir do ponto de vista de quem rotula. Mas a RBS não pode se deixar influenciar por essas emoções, nem pressões. Tem que ser independente em sua linha editorial, que prevê pluralidade, dar espaço para todos os lados, buscar a verdade e checar as informações antes de divulgá-las. Tudo isso faz parte do jornalismo profissional. Para atender melhor os seus públicos, e construir uma relação de confiança, a RBS deve seguir firme nesses princípios, independentemente do governo de plantão.
A criação do Conselho Editorial, com integrantes internos e externos à empresa, ligados ou não à atividade de comunicação, é mais um passo para a manutenção e o aprimoramento, com responsabilidade, desta linha editorial independente, plural, apartidária e profissional.