Correção: a rave realizada em Israel não foi criada por Juarez Petrillo, pai de Alok, diferentemente do publicado das 15h10min de domingo (8) às 15h50min desta terça-feira (10). O texto foi ajustado.
Uma festa de música eletrônica criada no Brasil acabou se tornando alvo da invasão do Hamas a Israel no sábado (7). Foi o maior ataque ao país nas últimas décadas.
Juarez Petrillo, pai do DJ Alok e um dos criadores do evento Universo Paralello no Brasil, e fãs brasileiros presentes durante o ataque relataram o desespero com os mísseis explodindo durante a festa e a fuga dramática enquanto os militantes do Hamas entravam pela fronteira com a Faixa de Gaza, próxima ao local escolhido para a rave.
Universo Paralello é o nome de um festival de música eletrônica nascido no ano 2000. Um dos idealizadores é Petrillo, também conhecido como DJ Swarup. As primeiras edições foram realizadas em Goiás. O evento cresceu e se tornou uma das marcas mais conhecidas da música eletrônica brasileira, em especial do subgênero chamado de psytrance.
Na virada do ano de 2003 para 2004, a Universo Paralello saiu do Centro Oeste e passou a ser realizada na Bahia, onde acontece até hoje, na praia de Pratigi. Em geral, o evento ocorre a cada dois anos. Durante a pandemia, ele foi interrompido, mas contou com uma edição no fim de 2022 e tem outra marcada para 2023.
A Universo Paralello é uma rave — festa de música eletrônica, geralmente em locais a céu aberto e afastados, que são realizadas ao longo de um ou mais dias. Com a popularização, ela passou a assinar também eventos fora do Brasil. No ano passado, por exemplo, foram anunciadas no perfil oficial do evento teaser parties da Universo Paralello no México, em Portugal e na Espanha.
Edição de Israel
Em agosto deste ano, o perfil oficial da Universo Paralello publicou um post para divulgar o evento chamado "Israel Edition - Universo Paralello - World Tour". O evento estava marcado para a madrugada de sexta-feira (6) para sábado (7). Na véspera, foi divulgada a programação de Djs.
Embora use o nome da festa brasileira, o evento em Israel foi organizado por uma produtora do país do Oriente Médio, conforme explicou a equipe de Alok em nota à imprensa. "Toda a responsabilidade de organização, logística, divulgação ou quaisquer outras questões relacionadas à execução do evento, é de responsabilidade da produtora israelense."
"Meu pai foi contratado para se apresentar em um evento que licenciou os direitos de uso do nome do festival, como já aconteceu em vários outros países. A produtora israelense licenciou o uso da marca e organizou o evento de forma independente, tendo meu pai como uma das atrações. Historicamente, eventos acontecem na região e, no dia anterior, houve outro festival no mesmo local", ressaltou Alok em publicação no X (Twitter).
Diversos fãs brasileiros foram à festa. Uma delas, a gaúcha Gabriela Barbosa relatou o momento de tensão quando mísseis começaram a explodir.