A Igreja Católica e o governo italiano assinaram um acordo, nesta quinta-feira (7), para a celebração de missas a partir de 18 de maio, após sua proibição no início de março por causa da pandemia de coronavírus.
Os fiéis poderão assistir à missa, mas com a condição de usarem máscara, respeitar as distâncias entre si e não usar água benta.
O acordo entre a Conferência Episcopal Italiana (CEI) e o Estado também foi aprovado pelo comitê de especialistas que assessora o governo. Este painel equipara missas, batismos e casamentos a uma partida de futebol, devido ao nível de propagação do vírus.
A distribuição individual da comunhão, um dos momentos de maior aproximação entre o padre e os fiéis, será realizada sem contato direto e recebendo-a em mãos.
Do mesmo modo, devem ser omitidos quaisquer gestos físicos, como a saudação para o ritual de paz, beijo ou abraço. O padre deve desinfetar as mãos, usar luvas descartáveis e uma máscara protetora, assim como respeitar "uma distância de segurança adequada".
Filas dentro da igreja durante a celebração são consideradas "inadequadas", e as doações devem ser deixadas em caixas colocadas na entrada do local de culto. No que diz respeito às confissões, devem ser realizadas em locais "espaçosos e arejados", que permitam respeitar a distância social e a confidencialidade. Confessor e confessado devem usar máscara.
Além de exigir a limpeza das instalações após cada celebração, os oficiantes devem ser poucos em número e manter distância. A presença de um organista foi autorizada, enquanto os coros continuam proibidos.
Cada igreja deve definir e exibir sua capacidade máxima de recepção na entrada, levando em conta o respeito pela distância social de um metro entre os participantes.
Por meio de cartazes, deve-se lembrar que é proibido entrar em caso de febre, gripe, sintomas respiratórios ou contato recente com uma pessoa que deu positivo para o coronavírus.
Voluntários, ou colaboradores, vão garantir o acesso ordenado às igrejas, o que deve ser feito individualmente, com uma máscara e a 1,5 metro de distância de outros fiéis, evitando aglomerações. As portas devem permanecer abertas para impedir o contato do público, e álcool gel deve estar disponível.
Na segunda-feira (4), a Itália entrou na chamada fase 2 para começar a sair, gradualmente, do confinamento. As atividades religiosas ainda não haviam sido liberadas.
A decisão do governo de autorizar a abertura de fábricas, lojas e museus e de manter a proibição de celebrar as missas, devido aos riscos "inevitáveis" das manifestações em massa, provocou a ira da Igreja Católica.
Apesar da dura reação da Conferência Episcopal Italiana, o primeiro-ministro Giuseppe Conte, católico praticante e com relações privilegiadas com o Vaticano, teve o apoio aberto do papa Francisco, que convidou as partes à prudência e a negociar uma saída.