Neste domingo (12), o Papa Francisco celebrou a missa de Páscoa sem a presença de fiéis na Basílica de São Pedro por conta das medidas de contenção da pandemia de coronavírus. A cerimônia, que contou com a tradicional benção Urbi et Orbi, foi transmitida ao vivo na internet pelo site do Vaticano.
— Este não é tempo para a indiferença, porque o mundo inteiro está sofrendo e deve sentir-se unido ao enfrentar a pandemia. Este não é tempo para egoísmos, pois o desafio que enfrentamos nos une a todos e não faz distinção de pessoas — disse Francisco durante a missa.
Os poucos presentes à cerimônia sentaram um em cada banco. A Praça de São Pedro, normalmente lotada nesta época, estava vazia. Barricadas policiais cercaram o local para bloquear a passagem de possíveis fiéis que insistissem em comparecer. No ano passado, 70 mil pessoas estiveram presentes para ouvir e cumprimentar o Santo Padre ao ar livre.
Francisco celebrou a missa em frente ao túmulo de São Pedro, ressaltando a solidão que confronta toda a humanidade em meio à determinação de quarentena.
Em sua mensagem de Páscoa, o pontífice ainda pediu relaxamento das sanções internacionais, alívio da dívida para as nações pobres e cessar-fogo em todos os conflitos.
Em um mundo "oprimido pela pandemia, que representa um duro desafio para a nossa grande família humana", Papa Francisco pediu uma resposta por meio "do contágio da esperança".
Ainda desejou "que sejam relaxadas as sanções internacionais que impedem os países de prestar apoio adequado aos seus cidadãos" e apelou à solidariedade internacional, "reduzindo, se não cancelando diretamente, a dívida que pesa sobre os orçamentos dos países mais pobres". Francisco também repetiu seu apelo por "um cessar-fogo global e imediato em todas as regiões do mundo".
— Este não é o momento de continuar fabricando e traficando armas, gastando um capital enorme que deve ser usado para curar pessoas e salvar vidas — afirmou ele.
Esta foi uma Semana Santa inédita, sem procissões de fiéis, sem a tradicional lavagem dos pés e sem a Via-Crúcis precedida pelo pontífice. A decisão não tem precedentes na história recente da Igreja.