O Papa Francisco se prepara para uma Semana Santa inédita devido à pandemia do novo coronavírus, sem procissões de fiéis, sem a tradicional lavagem dos pés e sem a Via-Crúcis precedida pelo pontífice, anunciou o Vaticano nesta quarta-feira (25). O decreto proíbe missas com a presença de fiéis durante a festividade nos países afetados pela pandemia.
No dia 15, o Vaticano já havia adiantado que as celebrações litúrgicas na Praça São Pedro seriam realizadas sem a presença física de fiéis. O Papa irá presidir a portas fechadas, em abril, o Domingo de Ramos, a Quinta e Sexta-Feira Santa com a Via-Crúcis no Coliseu Romano, a Vigília Pascal e o Domingo de Ressureição com a tradicional benção Urbi et Orbi.
A decisão não tem precedentes na história recente da Igreja e foi tomada "devido à emergência sanitária atual", também marcada pela morte, na Itália, de 67 padres pela doença.
— A data da Páscoa não pode ser adiada. Iremos celebrá-la depois da preparação deste tempo especial da Quaresma, tão marcado pela dor, o medo e a incerteza — explicou o secretário da congregação, arcebispo Arthur Roche, ao portal oficial da Santa Sé, Vatican News.
Pela primeira vez, o Papa está transmitindo as missas das 7h na Casa Santa Marta, sua residência, onde rezou diversas vezes pelos médicos e famílias que lutam contra a pandemia.
— Muitos fiéis rezam o rosário se conectando através do rádio, da TV ou da internet. Vivemos um momento excepcional. Não esqueçamos que Jesus fala da oração pessoal convidando-nos a rezá-la em nossas casas — assinalou Arthur Roche.