O ex-chefe de campanha do presidente Donald Trump, Paul Manafort, declarou-se nesta sexta-feira (14) culpado por conspiração e obstrução da Justiça e aceitou cooperar com a investigação sobre a suposta interferência russa na eleição presidencial americana de 2016.
Em agosto, ele já havia se declarado culpado de fraude bancária e fiscal em um processo movido na Virgínia.
Desta vez, em um acordo judicial para evitar um novo processo longo e custoso por lavagem de dinheiro e acusações de lobby ilegal, Manafort concordou em se declarar culpado de uma acusação de conspiração contra os Estados Unidos e outra acusação de obstrução da Justiça.
A Casa Branca não demorou a reagir, afirmando que a decisão de Manafort "não tem absolutamente nada a ver" com o presidente ou sua vitoriosa campanha presidencial de 2016. "Não tem a menor relação".
O acordo de Manafort com o procurador especial Robert Mueller, à frente da investigação sobre o conluio da equipe de Trump com a Rússia, constitui uma importante virada, já que o ex-líder de campanha do candidato republicano trabalhava há um ano para contestar o processo contra ele.
Também é uma má notícia para o inquilino da Casa Branca, que continua denunciando uma "caça às bruxas", um argumento enfraquecido pelos progressos realizados por Mueller em sua investigação.
Este último, apesar de ainda não ter provado um acordo entre Moscou e membros da equipe de campanha de Trump, conseguiu, no entanto, várias condenações ou compromissos de cooperação judicial junto a ex-colaboradores do agora presidente.
De acordo com documentos enviados ao tribunal, as infrações reconhecidas por Manafort, de sete acusações no início, foram reduzidas a duas: conspiração criminal contra os Estados Unidos e obstrução da justiça.
Manafort, um ex-influente consultor político, foi condenado por fraude fiscal e bancária relacionada à consultoria prestada por dezenas de milhões de dólares ao ex-presidente ucraniano Viktor Yanukovych.