Michael Cohen, ex-advogado do presidente americano Donald Trump, se declarou culpado de oito acusações, incluindo os crimes de evasão fiscal e violação das leis de financiamento eleitoral na campanha que levou o republicano à Casa Branca, em 2016. Trump também sofreu outro revés nesta terça-feira, com a condenação de seu ex-chefe de campanha, Paul Manafort, no primeiro julgamento resultante da investigação sobre a influência russa no pleito americano.
Cohen, que é advogado, fez parte do círculo íntimo do presidente americano por mais de uma década. Trabalhou com Trump como seu advogado pessoal e acompanhou-o após a eleição. A relação entre os dois se desgastou desde uma operação do FBI em abril, cumprindo mandados de busca e apreensão no escritório e na casa de Cohen.
Perguntado por um juiz federal em Manhattan, o advogado disse ter pago US$ 130 mil e US$ 150 mil a duas mulheres que contaram ter tido uma aventura sexual com Trump em troca de seu silêncio, "a pedido do candidato" e "com a intenção de influenciar as eleições" presidenciais de 2016.
Já Manafort foi considerado culpado de oito das 18 acusações que pesavam contra ele, inclusive fraude fiscal, fraude bancária e omissão de declaração de contas bancárias no exterior. Nas 10 acusações restantes, o júri não chegou a um consenso para um veredicto, o que levou o juiz a declarar uma anulação parcial. Manafort "avalia todas as opções" após a decisão judicial, segundo seu advogado, Kevin Downing.
Após o veredicto do júri ser divulgado, Downing disse que seu cliente agradeceu ao juiz por um julgamento justo.
O presidente Trump expressou seu pesar após tomar conhecimento do resultado do julgamento e descreveu Manafort como um "bom homem".
— Eu me sinto muito triste com isso — disse Trump a jornalistas, ao chegar ao Estado de West Virginia para um comício, alegando que o veredicto do júri é parte de uma "caça às bruxas" depois das eleições de 2016.