A Polícia Civil apreendeu R$ 19,1 mil, 595 euros (cerca de R$ 3,2 mil) e US$ 8 mil (cerca de R$ 41,3 mil) na casa de um dos empresários investigados na Operação Verba Extra, deflagrada na manhã desta segunda-feira (8). Como não foi comprovada a origem dos valores, eles foram apreendidos pela 2ª Delegacia de Combate à Corrupção do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic).
A operação investiga crimes licitatórios, o direcionamento de contratações e o superfaturamento de serviços em escolas municipais. Duas sedes da Secretaria Municipal de Educação (Smed) em Porto Alegre foram alvo dos mandados de busca e apreensão.
A polícia não revela detalhes dos investigados, mas o GDI apurou que o dinheiro foi encontrado em uma propriedade de Renato Behrends, responsável pela empresa Construcerto. Esta é uma das empresas que mais valores receberam a título de verba extra no período investigado. GZH tenta contato com Behrends, mas ele teve o celular apreendido na operação e ainda não apresentou advogado para representá-lo.
Além disso, foram recolhidos nas buscas 24 celulares, sete notebooks, dois pendrives, três tablets e duas CPUs.
Foram cumpridos 26 (vinte e seis) mandados de busca e apreensão (na sede de pessoas jurídica, seus sócios e dos servidores públicos) em Porto Alegre, Novo Hamburgo, Esteio, Gravataí, Viamão, Alvorada, Capão da Canoa e São José, em Santa Catarina.
As suspeitas de mau uso do dinheiro público em serviços em escolas foram reveladas em série de reportagens do Grupo de Investigação (GDI) da RBS em 2021. À epoca, a Smed informou ao GDI que, entre 2017 e 2021, haviam sido gastos R$ 8 milhões na rubrica de verba extra, valor que deveria ser usado em consertos emergenciais em escolas. Apuração interna da prefeitura indicou que o superfaturamento seria de R$ 1,4 milhão.