Um movimento mundial que nasceu com foco, justamente, na educação e na proteção de crianças, adolescentes e jovens. Assim se define o movimento escoteiros, que existe no Estado desde 1910 e tem hoje 15 mil integrantes distribuídos em 226 grupos. No Brasil, são 107 mil escoteiros e, no mundo, cerca de 50 milhões.
— É um movimentos de jovens para jovens. Os adultos só entram como auxiliares e porque há o dever de alguém que auxilie e os controle. Para nós, a repercussão geral de um caso como esse de Fontoura Xavier é de repulsa. Fico com raiva e me sinto impotente, o que é pior, pois é uma situação que fica escondida, difícil de descobrir. Só poderemos agir quando tivermos acesso ao inquérito. Está tudo sob segredo de Justiça. Já oficiamos pedindo para a polícia. Mas temos de esperar — diz o advogado e professor de Direito Mário Muraro, presidente da Região Escoteira do Rio Grande do Sul da União dos Escoteiros do Brasil (UEB), sobre a investigação de supostos abusos sexuais atribuídos ao fundador do Grupo Escoteiro Guamirim.
Tido como um sistema de educação não formal, o escotismo se baseia na autodisciplina e autoformação. Busca, por meio de atividades e brincadeiras, fazer com que seus integrantes adquiram bons hábitos que serão levados para a vida, e que percebam serem capazes de realizações. O movimento também pretende inserir crianças, adolescentes e jovens em ações das comunidades, como campanhas de vacinação e do agasalho.
— Essa participação é importante para que eles percebam que não são seres isolados e que fazem parte de um todo. Especialmente nesta época, de crianças muito virtualizadas, temos tido bom retorno dos pais ao verem os filhos interagindo, tendo contato com a terra, com o fogo, aprendendo a fazer a própria comida, trabalhando conflitos e desenvolvendo lideranças — destaca Muraro.
No Estado, nos últimos seis anos, o movimento apresentou crescimento: passou de 9 mil para 15 mil integrantes. Neste ano, mas oito grupos estão sendo formados. Muraro destaca ainda que o Estado foi um dos pioneiros no debate sobre diversidades, sobre aceitação, e também na busca permanente do aperfeiçoamento da proteção à infância e à juventude:
— Os adultos que atuam precisam ter formação operacional e técnica, aprendem a como se apresentar e como se relacionar com essas crianças, além de entendê-las.
Os números do movimento
No Brasil
- Grupos escoteiros: 1.533
- Cidades: 722
- Integrantes: 107.040
No Rio Grande do Sul
- Grupos escoteiros: 226
- Cidades: 121
- Integrantes: 14.404
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